terça-feira, 12 de abril de 2016

O NOSSO LITORAL SERIA MAIS SEGURO SE TIVÉSSEMOS UM WHIZZ POR CÁ

Alguns portugueses parecem possuir os vícios da ancestral nobreza lusa, que outrora à frente de territórios e capitanias além-mar, eram mais dados as prazeres da vida do que ao empreendimento, contrastando nisso com ingleses e holandeses, que de imediato formavam companhias e transformavam as suas feitorias em entrepostos comerciais. E se há portugueses assim, a maior parte deles estará na canicultura e na cinotecnia, porque se uns criam cães para gozo próprio, os outros treinam-nos para futilidades e conforme lhes dá na gana. Morreu recentemente com 12 anos de idade, o Terra Nova “WHIZZ”, que foi condecorado a título póstumo pela sua prestação no salvamento, por haver salvado no Reino Unido 9 pessoas e 1 Setter de morrerem afogados, enquanto membro da “The Severn Area Rescue Association and Marine Volunteer Service”, associação de voluntários que trabalha em conjunto com a Royal Navy Rescue.
Com 200 milhas náuticas marítimas de zona económica exclusiva (ZEE), Portugal é 97% mar, para além de possuir rios extensos e caudalosos, onde sobram praias fluviais, algumas delas bastantes traiçoeiras e nem sempre vigiadas, ainda que apelativas. Não obstante, exceptuando um adestrador que por carolice a isso se dedica, não se vêem cães treinados para salvamento dentro de água, apesar de sempre aparecerem nos centros caninos Terra Novas para adestrar, cães que devido ao seu tamanho, peso, docilidade e presença de membranas interdigitais são próprios para esse ofício. E como um mal nunca vem só e a miséria é uma bola de neve embalada pela ignorância, raríssimas são as escolas caninas que têm uma piscina à disposição dos animais ou que os levem ao mar e aos rios para que ali aprendam a nadar, o que é sua obrigação, uma vez que nem todos os indivíduos e raças nadam satisfatoriamente, correndo o risco de se afogarem.
Nos tempos que correm, fartos em informação e com viagens baratas para todo o lado, tanto de avião como de comboio, o que impedirá os nossos adestradores, caso não o possam fazer aqui, de se deslocarem à Espanha, à França ou ao Reino Unido e se especializarem também no salvamento dentro de água? Somente o desrespeito pelos cães e o apego ao comodismo!  O nosso litoral seria mais seguro se tivéssemos não um WHIZZ mas vários WIZZIES por cá, que tanta falta nos fazem. Como “whizz” significa em língua inglesa “zumbido”, zumbimos agora a quem nos quiser ouvir e queira andar para a frente. 

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