terça-feira, 20 de março de 2018

QUEM QUER UM CASAQUINHO LINDO E BONITINHO PARA O SEU CÃOZINHO?

O título acima faz-nos lembrar a “História da Carochinha”, que a determinado trecho dizia: “Quem quer casar com a Carochinha, que é rica e bonitinha?”, mas o assunto é sério, apesar de parecer uma brincadeira. Estamos a falar de um casaco canino personalizado (capa) que é ultra leve, que tem uma armadura protectora contra facas e dentadas caninas, que é adornado com diamantes negros, cristais Swarovski e com botões em ouro de 24 quilates, também eles com diamantes incrustados, tudo pela módica quantia de um milhão de libras esterlinas (1.139.471,29 EUR, 4.610.000,00 Reais), se for para um cão de tamanho pequeno e de 750.000,00 libras esterlinas, se for para um de tamanho miniatura (854.603,46 EUR, 3.457.500.000 Reais)!?
Será que vai ser tão difícil vender um casaquinho destes como foi difícil à carochinha arranjar noivo? Pelos vistos parece que não e os muito-ricos não perdem ocasião. A jaqueta, porque não é um casaquito qualquer, considerada a mais cara do mundo, é obra da parceria entre a Doggy Armor e a VeryFirstTo, empresas especialistas em negócios online e na venda de produtos escandalosamente caros para milionários.
No lançamento da “farpela” é nos adiantado que os cãezinhos ficarão bem protegidos e resplandecentes com ele, que ninguém conseguirá ver um Labrador mais dourado, um Dachshund, um Cavalier King Charles Spaniel ou Lulu da Pomerânia tão arrojados. No meio desta história toda, que me deixa assaz tonto, nem consigo imaginar quanto custará um "casaquito" destes para um Pastor Alemão e muito menos para um Terra Nova ou para um Irish Wolfhound.
No meio disto tudo, algo de razoável deveria suceder e tudo indica que sim, porque segundo fizeram saber, uma percentagem das vendas (ninguém revelou o seu montante) irá ajudar as missões anti-caça furtiva em África, normalmente constituídas por binómios homem-cão, financiando a criação de coletes blindados para protegerem os cães dos ataques empreendidos pelos caçadores furtivos, que costumam atacá-los com facas, machetes e lanças (do mal o menos ou menos mal!).
Com o valor desta monumental extravagância quanta roupa e quantos sapatos compraríamos para miúdos que andam nus e descalços, a quantos mataríamos a fome e abrigaríamos? Quantos lápis,  canetas, livros e até escolas manteríamos? Notícias destas chocam-me e vão continuar a chocar-me enquanto houver gente carenciada e crianças a morrer à fome! 

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