Debaixo do vaticínio “casa
onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, o mundo do futebol
português tem andado alvoraçado e as suas principais vedetas são os directores
de informação dos principais clubes nacionais, coadjuvados pelos comentadores
televisivos, que espicaçados por alguns jornalistas, contribuem todos e de
igual modo para a violência no futebol, enquanto marionetas dos presidentes dos
clubes, cujo nome ao que parece, não pode ser dissociado da corrupção que lhes é
atribuída. Quem agora anda na corda-bamba é o Presidente do Benfica, com alguns
dos seus colaboradores mais próximos a serem constituídos arguidos.
Ser presidente de um clube
dos três grandes (Benfica, Sporting e Porto), é melhor que ser um presidente da
câmara ou ser ministro, graças à permuta entre o cargo e o nepotismo que
legitimam o tráfico de influências. Vários salafrários têm estado à frente de
vários clubes de futebol, empobrecendo-os enquanto enriquecem, saindo deles incomensuravelmente
mais fartos - de barriga cheia. Enquanto isto, por força do afecto que os liga
à “camisola”, os fervorosos adeptos dos clubes digladiam-se nos estádios e nas
ruas, discutem nos cafés e causam mau viver entre os seus, política suicida que
em linguagem futebolística poderá ser traduzida por “autogolo”.
Para bem do desporto e do
futebol em particular, a “fúria” dos adeptos deverá ser canalizada para os
presidentes dos seus clubes, porque são eles que deles usam e abusam,
tratando-os como carneirada e servindo-se deles como exército ou milícia
particular. Como poderemos alcançar a verdade desportiva se os seus principais
agentes não olham a meios para atingirem os seus objectivos? Não há outra
maneira: há que destronar os bandidos que se servem dos clubes, denunciá-los e entregá-los
à justiça, porque doutro modo estaremos a marcar na nossa própria baliza, a
desvirtuar o desporto e a contribuir para o aumento da corrupção que dizemos
abominar.
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