Uma mulher de 39 anos,
Claire Neal, (na foto abaixo) residente na cidade de Blyth em Northumberland,
Condado no nordeste de Inglaterra, proprietária de um Staffordshire bull
terrier chamado Marley, que atacou 12 crianças num parque infantil, recebendo 9
delas tratamento hospital, algumas com menos de 5 anos, em 18 de Maio de 2006, foi
condenada pelo Tribunal da Coroa de Newcastle a 4 anos de prisão e
desqualificada de ter um cão para toda a vida.
Esta pena foi aplicada à
proprietária do cão porque na citada data o tinha à solta no quintal, o que
facilitou a sua fuga para a via pública, bastando-lhe para isso empurrar o
portão. Uma vez cá fora, o animal ainda foi apanhado por uma adolescente que
decidiu levá-lo para casa, para que a sua mãe ligasse para a RSCPA (Royal
Society for the Prevention of Cruelty to Animals), uma associação sem fins
lucrativos que promove o bem estar-animal.
Mas ao passar no parque,
que se pode ver na imagem seguinte, o Staffordshire bull terrier mudou o seu
comportamento e ficou agressivo, perseguindo as crianças que se encontravam
naquele parque infantil, que acabaram mordidas depois de jogadas ao chão diante
da atrapalhação dos seus pais. Os ataques terminaram quando dois homens
conseguiram amarrar o cão.
Ouvidas as crianças, uma
garota disse que desmaiou quando o cão (na foto abaixo) lhe enterrou as
mandíbulas, outra que criança disse que viu outra menina a ser arrastada pelo
animal enquanto gritava e um pai disse ainda que a perna do seu filho ficou igual
a um queijo suíço. Algumas das crianças atacadas precisaram de cirurgias,
enxertos de pele, pontos e agrafes, mostrando-se todas psicologicamente
afectadas.
A sentença aplicada a
Claire Neal pelo Newcastle Crown Court, que fez justiça, teve em conta a
reincidência dos ataques daquele cão e a continuada negligência da dona, que
ainda por cima negou a princípio que o animal lhe pertencia, afirmando em sua
defesa que o seu companheiro é que havia treinado o cão para ser mau (o animal
acabou abatido).
Estamos perante mais um
caso de típica miséria (se houvesse remédio para a pobreza nada disto teria
acontecido), diante de gente irresponsável e indigente, que mente com os dentes
todos, causa vítimas e que não pode ter cães (apetecia-me cumprimentar o juiz).
O cão, o menos culpado nesta trama, não era nenhum valentaço ou um assassino
sanguinário, porque doutro modo acabaria por matar uma ou mais crianças, o que
felizmente não sucedeu. A prová-lo estão sete factos: o facto de se deixar
conduzir por uma adolescente desconhecida; a escolha dos seus alvos (os miúdos mais novos); a natureza
e localização dos ferimentos infligidos (a zonas não vitais); o que fez despoletar as suas acções
ofensivas (gritaria e correria das crianças); a ausência de
resistência perante os dois homens desconhecidos que o amarraram; o tipo de atadura que usaram e as expressões faciais do cão na presença de gente adulta (ver foto abaixo).
É ainda possível que o
abatido Marley tenha por algum motivo apanhado aversão às crianças, mercê de
provocação ou instigação de modo voluntário ou involuntário. Como desgraças
destas também acontecem por cá, visando a salvaguarda das crianças, os seus
educadores deverão ensinar-lhes que jamais deverão fugir à frente dos cães, que
deverão evitar fixá-los e permanecer calados e imóveis, por maior que seja o
seu medo. E se mesmo assim forem atacadas, deverão deixar-se cair em decúbito
ventral, de mãos dadas por cima da cabeça e se possível sem reagir à fúria dos
ataques e sem aumentar o ritmo respiratório. Quando a distância entre nós e
o cão agressor o permitir, para maior segurança nunca inferior a 70 metros, o
melhor que há a fazer é optar imediatamente pela posição de decúbito ventral,
tendo o cuidado de virar a cara para o solo. O que acabámos de dizer treina-se e há
quem lhe chame “queda na máscara”. Procedimentos destes salvam vidas e todos queremos
que as crianças não as percam prematuramente.
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