Segundo um relatório
apresentado pelo Inspector-Geral do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoDIG),
datado do passado dia 1 de Março, o Exército dos Estados Unidos maltratou os
cães detectores de explosivos que retornaram da Guerra do Afeganistão, por
falta de cuidados e atenção, encerrando-os em canis durante 11 meses para além
do prazo para a sua adopção ou reutilização nas forças armadas ou noutras
agências governamentais, adiantando ainda que algum cães podem já ter sido
abatidos. Entretanto, não foi feita nenhuma selecção das pessoas que pretendiam
adoptar aqueles cães.
Por outro lado, foram
muitos os ex-militares que se queixaram dos maus-tratos dados aos seus
camaradas de quatro patas. O mesmo relatório concluiu que o Exército ignorou
várias regras do Pentágono relativas ao manuseamento dos cães que servem nas
forças armadas, nomeadamente a existência de um contrato privado para o
fornecimento de cães, quando tal incumbência é da responsabilidade do 341
Esquadrão de Treino da Força Aérea.
Na última Segunda-feira, o
Exército dos Estados Unidos confirmou que havia manuseado de forma abusiva os
cães detectores de explosivos que no Afeganistão salvaram a vida a muitos
soldados norte-americanos. O porta-voz do Exército, o Major Christopher Ophardt,
disse num comunicado enviado para a Reuters: “O Exército concorda com o
relatório DoDIG (Inspector-Geral da Defesa) e está a cumprir as suas
recomendações”.
Recomendações que exigiam que os novos proprietários fossem
avaliados pelo exército antes da entrega dos cães, já que alguns cães de
varrimento foram entregues a famílias com filhos e que todos os soldados que
pretendiam adoptar os cães com quem haviam trabalhado deveriam ter sido
informados, porque têm esse direito e a primazia na adopção.
As recomendações exigiam
ainda dos comandantes das unidade o cumprimento absoluto das regulamentações do
Exército que garantem o tratamento adequado aos cães militares de trabalho.
Esses regulamentos exigem planos prévios para a aposentadoria dos cães e a
triagem das pessoas que pretendem adoptá-los. Em simultâneo, os mesmos
regulamentos exigem que o exército controle e guarde os registos de todos os
cães militares, onde deverão constar qual a sua especialidade, já que nem todos
foram “sniffers” e muitos foram cães de patrulha.
Parece que finalmente foi
feita justiça aos veteranos soldados caninos norte-americanos, camaradas que diariamente nos
diferentes anfiteatros operacionais arriscam a sua vida para que a de outros
não se extinga precocemente e possam regressar a casa sãos e salvos.
Infelizmente nem todos os cães militares chegam a gozar a reforma, grande
número deles continua ser abatido, o que não deixa de ser criminoso e um acto de ingratidão raramente visto.
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