Theresa May,
Primeira-ministra britânica, depois da tentativa de homicídio do ex-espião Serguei
Skripal e de sua filha Youlia, ocorrida em solo britânico pelo uso do “Novichok”,
um dos mais mortíferos agentes nervosos criado pelos soviéticos, decidiu
expulsar do Reino Unido 23 diplomatas russos, dando-lhes o prazo de uma semana
para saírem da Grã-Bretanha. Ao atribuir a autoria desta acção criminosa à Federação
Russa, decisão própria de quem não teme e que poderia possibilitar-lhe a troca
de sobrenome, de May para August, pelo carácter imperial da sua tomada de
posição, que não só protegeu o Reino Unido como alertou toda a Europa.
Há quem diga ver algumas
diferenças entre a Federação Russa e Vladimir Putin, o novo Czar daquelas
paragens, quando na verdade a Rússia é Putin e vice-versa, porque há muito
tomou as rédeas do poder e não as largará facilmente, graças ao conhecimento
que tem daquela enorme nação e do seu povo, ao seu carisma pessoal, às suas
estratégias e ao extraordinário patriotismo que não esconde, não sendo raro
vê-lo chorar quando soa o hino russo. Por tudo isto, a Europa tem que ser
cautelosa, não pode baixar as armas e esquecer-se dele.
No xadrez da política
internacional (que tresanda a guerra) há 3 reis, Estados Unidos, Rússia e China,
ao invés de 2 como sucede no jogo. Qualquer um deles aguarda um passo em falso
dos outros para entrar em cena, servindo-se todos dos seus aliados como peões,
o que equivale a dizer que o primeiro a atacar pode ser o primeiro a perder,
caso os restantes se aliem, o que do ponto de vista estratégico não seria a
melhor opção. Pode também suceder que uma das potências não se envolva
directamente no conflito das outras duas, aguardando pacientemente a derrota de
uma, para depois cair sobre a desgastada vencedora, o que seria o mais provável,
isto se ninguém se lembrar, tolo ou não, de deitar mão às armas nucleares, o
que seria literalmente o fim do mundo.
E antes que tudo isto
aconteça, convém que a Europa se constitua também numa potência mundial de
valor militar igual às atrás citadas, uma vez vencidas as divergências dos
países que a compõem, relativas a política de defesa comum e à formação dum exército
europeu, porque nem a Alemanha nem a França, sozinhas ou aliadas, poderão
suportar tal encargo. Com a Europa ainda dividida e despreparada, compreende-se
a recomendação de prudência de Angela Merkel nas acções contra a Rússia.
Entretanto, com os
venezuelanos à morrer de fome e os sírios que nem moscas, crescem os presidentes
vitalícios, inflamam-se os discursos, forjam-se alianças, alimentam-se
conflitos, experimentam-se tácticas e armas, fomentam-se guerras económicas e melhoram-se
os combates cibernéticos, ameaças que não deixam ninguém descansado.
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