quinta-feira, 8 de março de 2018

LET THE CHILDREN LIVE!

Para nós que “mexemos” em cães e sabemos como “dar-lhes a volta”, mercê do que somos, aprendemos e experienciámos, causa-nos alguma impressão saber que alguns cães e raças caninas estão indexados numa lista que os considera perigosos. Mas pensando bem, depressa nos apercebemos que não somos todos iguais, que não servimos de modelo para ninguém e que cada um pensa e age de acordo com a sua personalidade e histórico de vida, o que torna inacessíveis certos cães para muita gente, adestradores inclusive, tenham eles os cursos que tiveram, considerando a possibilidade da confrontação.
A esmagadora maioria dos ataques caninos, para não dizer a sua totalidade, resulta da impropriedade dos seus líderes, que despreparados para suas funções e sem perfil próprio, ignorando em simultâneo aquilo de que os seus cães são capazes, por ingenuidade, incapacidade ou ignorância, acabam por colocar em risco a sua vida, a dos seus e a de terceiros. Segundo as últimas estatísticas divulgadas pelas democracias dos dois lados do Atlântico Norte, os ataques caninos letais sobre crianças são o dobro dos acontecidos com adultos, ataques normalmente perpetrados pelos cães da família, por norma mimados, entendidos como anjinhos de quatro patas, isentos de qualquer ensino e com forte força de mordedura.
Para se ter uma noção da gravidade do problema, basta dizer que na semana passada, só na Austrália, quatro crianças foram atacadas por cães e uma delas acabou por morrer. Crê-se que a última vítima mortal seja uma menina com dois anos de idade, que morreu seis dias após ser atacada perto de Coffs Harbour. O primeiro ataque ocorreu no Sábado sobre Kamillah Jones, uma menina com 12 meses de idade, residente em Inverell, que se encontrava dentro do seu carrinho quando um rottweiler a atacou. No Domingo aconteceu outro ataque, desta vez em Melbourne, ataque a que já nos referimos no texto “O ATAQUE CANINO OCORRIDO EM BERWICK SOBRE MENINA DE 10 ANOS”, editado no passado dia 5 de Março. Falta ainda falar do ataque sofrido por Tom Higgins (na foto abaixo), um menino de 3 anos de idade de Newcastle/NSW, que foi arrastado junto com a sua bicicleta por um Dogue Alemão, acabando com uma orelha seriamente rasgada.
O fenómeno não é exclusivo da Austrália, acontece com alguma frequência no Reino Unido e Estados Unidos, e reparte-se indevidamente por outras partes do Globo. Chocados com o disparate e apostados na sua supressão, apelamos aos nossos leitores que se informem o mais possível sobre o cão que pretendem adquirir, que evitem comprar cães com grande força de mordedura, que não desprezem o seu ensino, mesmos os julgados mansos, que apostem na sociabilização dos seus cães, que sejam previdentes e que usem de todas as cautelas na protecção das crianças, seres mais vulneráveis que carecem da nossa protecção para que a vida lhes sorria. E se assim é, deixem-nas viver!  

Sem comentários:

Enviar um comentário