Para nós que “mexemos” em
cães e sabemos como “dar-lhes a volta”, mercê do que somos, aprendemos e
experienciámos, causa-nos alguma impressão saber que alguns cães e raças caninas
estão indexados numa lista que os considera perigosos. Mas pensando bem,
depressa nos apercebemos que não somos todos iguais, que não servimos de modelo
para ninguém e que cada um pensa e age de acordo com a sua personalidade e
histórico de vida, o que torna inacessíveis certos cães para muita gente,
adestradores inclusive, tenham eles os cursos que tiveram, considerando a
possibilidade da confrontação.
A esmagadora maioria dos
ataques caninos, para não dizer a sua totalidade, resulta da impropriedade dos
seus líderes, que despreparados para suas funções e sem perfil próprio, ignorando
em simultâneo aquilo de que os seus cães são capazes, por ingenuidade,
incapacidade ou ignorância, acabam por colocar em risco a sua vida, a dos seus
e a de terceiros. Segundo as últimas estatísticas divulgadas pelas democracias
dos dois lados do Atlântico Norte, os ataques caninos letais sobre crianças são
o dobro dos acontecidos com adultos, ataques normalmente perpetrados pelos cães
da família, por norma mimados, entendidos como anjinhos de quatro patas,
isentos de qualquer ensino e com forte força de mordedura.
Para se ter uma noção da
gravidade do problema, basta dizer que na semana passada, só na Austrália,
quatro crianças foram atacadas por cães e uma delas acabou por morrer. Crê-se
que a última vítima mortal seja uma menina com dois anos de idade, que morreu
seis dias após ser atacada perto de Coffs Harbour. O primeiro ataque ocorreu no
Sábado sobre Kamillah Jones, uma menina com 12 meses de idade, residente em Inverell,
que se encontrava dentro do seu carrinho quando um rottweiler a atacou. No
Domingo aconteceu outro ataque, desta vez em Melbourne, ataque a que já nos
referimos no texto “O
ATAQUE CANINO OCORRIDO EM BERWICK SOBRE MENINA DE 10 ANOS”,
editado no passado dia 5 de Março. Falta ainda falar do ataque sofrido por Tom
Higgins (na foto abaixo), um menino de 3 anos de idade de Newcastle/NSW, que
foi arrastado junto com a sua bicicleta por um Dogue Alemão, acabando com uma
orelha seriamente rasgada.
O fenómeno não é exclusivo
da Austrália, acontece com alguma frequência no Reino Unido e Estados Unidos, e
reparte-se indevidamente por outras partes do Globo. Chocados com o disparate e
apostados na sua supressão, apelamos aos nossos leitores que se informem o mais
possível sobre o cão que pretendem adquirir, que evitem comprar cães com grande
força de mordedura, que não desprezem o seu ensino, mesmos os julgados mansos,
que apostem na sociabilização dos seus cães, que sejam previdentes e que usem
de todas as cautelas na protecção das crianças, seres mais vulneráveis que carecem
da nossa protecção para que a vida lhes sorria. E se assim é, deixem-nas viver!
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