Como alguma sorte, tanto
para nós como para os cães, na melhor das hipóteses só conseguiremos constituir
7 ou 8 binómios com eles ao longo das nossas vidas, isto se tivermos um de cada
vez, enquanto eles, pela ordem natural das coisas, terão um só líder ao longo da
sua curta existência, pormenor que nos torna os únicos responsáveis pela sua
salvaguarda e bem-estar. Quando nos morre um cão excepcional e temos o seu
sucessor na nossa frente, tendemos a julgá-lo pelo que se finou, como se
houvesse dois cães iguais e todos não fossem indivíduos.
Nesta circunstância e noutras
que experimentamos na vida, a nossa capacidade de amar não deve ficar presa ao
passado, porque ainda estamos vivos e a nossa indiferença só causará mal a
terceiros, particularmente quando lidamos com animais dependentes, que querem
aprender e que vivem para nos agradar.
Sempre será mais fácil
enganar uma pessoa do que um cão, porque o animal ao avaliar a mímica do dono, sem
se deixar enganar pelo seu palavreado, consegue pelas emoções empregues
compreender que tipo de sentimentos este lhe reserva em determinada
circunstância, ainda mais porque é um ser extramente sensível, emocional e
observador, para além de ter um nariz perscrutador que funciona como um
verdadeiro extractor de odores.
Como neste mundo
dificilmente alguém sobreviverá sem afectos, somos obrigados a amar aqueles que
nos rodeiam e estão mais próximos, até que a vida nos permita. Esta capacidade
de amar continuamente quem nos lhe calha em sorte é coisa de mestres, daqueles
a quem cabe ensinar e os adestradores não fogem à regra. Todos os cães são especiais
e todos têm algo par dar, qualquer que seja o seu tamanho, sexo ou raça e, se
assim não for, é porque não os soubemos ensinar nem amar!
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