Timothy (Tim) James Farron,
líder dos democratas liberais no Reino Unido entre Julho de 2015 e Julho de
2017, também deputado ao Parlamento Britânico por Westmorlan e Lonsdale, que
foi também Presidente dos democratas liberais de 2011 até 2014, partido que
entende como de centro-esquerda, é um político de grandes causas, nem todas
ganhas e foi pioneiro no apoio à proposta da União Europeia de uma cota para
receber refugiados durante a crise do Mediterrâneo, pedindo que o Reino Unido
aceitasse até 60 mil refugiados alheios à UE para ajudar no influxo.
Defensor de uma maior
representatividade das mulheres na política e das minorias raciais, Tim Farron decidiu
desta feita inquirir e contestar o destino que é dado a muitos cães veteranos
do exército (cães de guerra), que apesar da sua notável folha de serviço e das
vidas que ajudaram a poupar, acabam abatidos por injecção letal, prática que no
Reino Unido é entendida como “eutanásia”?!
Após ter obtido o número
dos cães de guerra abatidos, resposta que alcançou através de um pergunta
escrita ao parlamento, Mr. Farron chegou à conclusão que muitos cães de guerra
são abatidos todos os anos sem que seja desenvolvido um esforço capaz para os
realojar, o que para este parlamentar é um acto de pura crueldade sobre quem
protegeu homens e mulheres nas suas missões, salvando inclusive muitas vidas.
Indo mais longe nas suas
considerações, este deputado democrata liberal, disse que os cães militares estão
deste modo a pagar o preço por terem sido treinados para ser agressivos e que
apesar de serem frequentemente considerados “heróis”, ao chegarem ao final das
suas vidas de trabalho, acabam descartados debaixo de chavões como “incapacidade
em manter os padrões” e "problemas de bem-estar, comportamento ou
temperamentais", que no último caso podem representar um perigo para a
saúde pública.
Para se ter uma abordagem
mais tangente do problema, adianta-se que só no ano passado, entre os meses de
Março e Dezembro, foram abatidos 40 cães militares, uns por comportamento
perigoso, outros por incumprimento dos padrões exigidos pelos militares, alguns
por representarem um perigo para a saúde pública, outros por conta da sua idade
e ausência de bem-estar e outros ainda pelo montante dos seus problemas de
saúde.
Tim Farron tem carradas de
razão e não se equivocou não senhor, porque primeiro treinamos estes cães para
a guerra e depois abatemo-los por serem incapazes de viver em paz. Contudo, enquanto
o serviço a prestar pelos cães for o mais barato, dificilmente deixaremos de
recambiá-los para as guerras que vamos levantando. Ser cão-soldado nestas
circunstâncias é fugir à morte natural, é morrer na guerra ou ao chegar a casa,
ser abatido pelo inimigo ou por fogo-amigo, o que de heróico não tem nada e de
civilizado muito menos.
Se assim continuarmos não estaremos a descartar cães
como desmantelamos máquinas de guerra obsoletas e excedentárias? Quanto
libertaremos os cães das guerras? Serão eles obrigados a acompanhar o “The
Last Man Standing”?
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