domingo, 4 de março de 2018

ESTARÁ TIMOTHY FARRON EQUIVOCADO?

Timothy (Tim) James Farron, líder dos democratas liberais no Reino Unido entre Julho de 2015 e Julho de 2017, também deputado ao Parlamento Britânico por Westmorlan e Lonsdale, que foi também Presidente dos democratas liberais de 2011 até 2014, partido que entende como de centro-esquerda, é um político de grandes causas, nem todas ganhas e foi pioneiro no apoio à proposta da União Europeia de uma cota para receber refugiados durante a crise do Mediterrâneo, pedindo que o Reino Unido aceitasse até 60 mil refugiados alheios à UE para ajudar no influxo.
Defensor de uma maior representatividade das mulheres na política e das minorias raciais, Tim Farron decidiu desta feita inquirir e contestar o destino que é dado a muitos cães veteranos do exército (cães de guerra), que apesar da sua notável folha de serviço e das vidas que ajudaram a poupar, acabam abatidos por injecção letal, prática que no Reino Unido é entendida como “eutanásia”?!
Após ter obtido o número dos cães de guerra abatidos, resposta que alcançou através de um pergunta escrita ao parlamento, Mr. Farron chegou à conclusão que muitos cães de guerra são abatidos todos os anos sem que seja desenvolvido um esforço capaz para os realojar, o que para este parlamentar é um acto de pura crueldade sobre quem protegeu homens e mulheres nas suas missões, salvando inclusive muitas vidas.
Indo mais longe nas suas considerações, este deputado democrata liberal, disse que os cães militares estão deste modo a pagar o preço por terem sido treinados para ser agressivos e que apesar de serem frequentemente considerados “heróis”, ao chegarem ao final das suas vidas de trabalho, acabam descartados debaixo de chavões como “incapacidade em manter os padrões” e "problemas de bem-estar, comportamento ou temperamentais", que no último caso podem representar um perigo para a saúde pública.
Para se ter uma abordagem mais tangente do problema, adianta-se que só no ano passado, entre os meses de Março e Dezembro, foram abatidos 40 cães militares, uns por comportamento perigoso, outros por incumprimento dos padrões exigidos pelos militares, alguns por representarem um perigo para a saúde pública, outros por conta da sua idade e ausência de bem-estar e outros ainda pelo montante dos seus problemas de saúde.
Tim Farron tem carradas de razão e não se equivocou não senhor, porque primeiro treinamos estes cães para a guerra e depois abatemo-los por serem incapazes de viver em paz. Contudo, enquanto o serviço a prestar pelos cães for o mais barato, dificilmente deixaremos de recambiá-los para as guerras que vamos levantando. Ser cão-soldado nestas circunstâncias é fugir à morte natural, é morrer na guerra ou ao chegar a casa, ser abatido pelo inimigo ou por fogo-amigo, o que de heróico não tem nada e de civilizado muito menos. 
Se assim continuarmos não estaremos a descartar cães como desmantelamos máquinas de guerra obsoletas e excedentárias? Quanto libertaremos os cães das guerras? Serão eles obrigados a acompanhar o “The Last Man Standing”?

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