Um novo estudo lançado na
última edição da Revista Wilderness & Environmental Medicine, da autoria de
pesquisadores da Universidade Californiana de Stanford, USA, acerca da morte de
pessoas que foram vítimas de animais venenosos e não venenosos de 2008 a 2015,
revelou que as taxas de mortalidade não diminuíram nesses anos e que os animais
mais comuns que contribuíram para as fatalidades humanas foram animais de fazenda, nomeadamente
insectos (zangões, vespas e abelhas) e cães.
Os mesmos pesquisadores
contabilizaram 1.610 mortes relacionadas com animais entre 2008 e 2015 e que
elas resultaram na sua maioria de encontros ou recontros com animais não
venenosos (57%).
Estudos anteriores já haviam determinado que 90% das mortes causadas por
mamíferos aconteceram em fazendas com cavalos e gado e
não dos possíveis ataques de animais silvestres ou selvagens.
Entretanto descobriu-se
que logo a seguir a equinos e bovinos, os cães foram o grupo mais letal, particularmente
sobre crianças
com menos de 4 anos de idade, atingindo uma taxa de mortalidade de 4,6 mortes por 10 milhões
de pessoas, quase o dobro da encontrada em pessoas com mais de 65
anos e quatro vezes maior que as restantes faixas etárias. A morte das crianças
em tais circunstâncias é um fardo que as famílias norte-americanas estão a
suportar, porque todas elas são evitáveis e o seu montante permanece
injustificadamente igual (não baixa).
Segundo os mesmos
pesquisadores, a mortalidade causada por animais, responsável por 201
mortes anuais, é uma área da saúde pública de interesse, já que todos os anos
mais de 1 milhão de americanos concorre aos serviços de emergência
para receber assistência e cerca de 2 bilhões de dólares são
atribuídos a encontros problemáticos com animais. Concluem os investigadores
que tanto as mortes como os altos custos médicos podem ser reduzidos através da
educação, métodos de prevenção e políticas públicas específicas, conclusões com
as quais concordamos inteiramente e que só serão fazíveis se ali houver vontade
política para isso. Pergunta-se agora: quando teremos estudos destes em
Portugal? Porventura não teremos o direito de ser informados?
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