sexta-feira, 2 de março de 2018

ALGUNS NÚMEROS DOS ESTADOS UNIDOS

Um novo estudo lançado na última edição da Revista Wilderness & Environmental Medicine, da autoria de pesquisadores da Universidade Californiana de Stanford, USA, acerca da morte de pessoas que foram vítimas de animais venenosos e não venenosos de 2008 a 2015, revelou que as taxas de mortalidade não diminuíram nesses anos e que os animais mais comuns que contribuíram para as fatalidades humanas foram animais de fazenda, nomeadamente insectos (zangões, vespas e abelhas) e cães.
Os mesmos pesquisadores contabilizaram 1.610 mortes relacionadas com animais entre 2008 e 2015 e que elas resultaram na sua maioria de encontros ou recontros com animais não venenosos (57%). Estudos anteriores já haviam determinado que 90% das mortes causadas por mamíferos aconteceram em fazendas com cavalos e gado e não dos possíveis ataques de animais silvestres ou selvagens.
Entretanto descobriu-se que logo a seguir a equinos e bovinos, os cães foram o grupo mais letal, particularmente sobre crianças com menos de 4 anos de idade, atingindo uma taxa de mortalidade de 4,6 mortes por 10 milhões de pessoas, quase o dobro da encontrada em pessoas com mais de 65 anos e quatro vezes maior que as restantes faixas etárias. A morte das crianças em tais circunstâncias é um fardo que as famílias norte-americanas estão a suportar, porque todas elas são evitáveis e o seu montante permanece injustificadamente igual (não baixa).
Segundo os mesmos pesquisadores, a mortalidade causada por animais, responsável por 201 mortes anuais, é uma área da saúde pública de interesse, já que todos os anos mais de 1 milhão de americanos concorre aos serviços de emergência para receber assistência e cerca de 2 bilhões de dólares são atribuídos a encontros problemáticos com animais. Concluem os investigadores que tanto as mortes como os altos custos médicos podem ser reduzidos através da educação, métodos de prevenção e políticas públicas específicas, conclusões com as quais concordamos inteiramente e que só serão fazíveis se ali houver vontade política para isso. Pergunta-se agora: quando teremos estudos destes em Portugal? Porventura não teremos o direito de ser informados?

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