O combate ao cancro está a
unir médicos e veterinários num estudo agora designado por “Oncologia
Comparativa”, na procura de tratamentos mais eficazes para os diversos tipos de
cancro que afectam as pessoas e que são comuns aos cães, cuja diferença
genética é muito pequena, uma vez que são 95% idênticos e as doenças que
afectam os humanos são também quase idênticas, incluindo o cancro da mama, da
próstata e o melanoma (os médicos estimam hoje que existem de 400 a 500 doenças
que são geneticamente idênticas em pessoas e cães).
Nos Estados Unidos, nos últimos
5 anos, o “The National Cancer Institute” libertou verbas significativas para
financiar o estudo de cancro em cães, como forma de melhorar a saúde humana, na
esperança de que as suas semelhanças genéticas possam fornecer pistas para
tratamentos mais efectivos. Foi graças ao que os cientistas aprenderam com os
cães, que conseguiram salvar a vida de Emily Brown, que tinha 11 anos (hoje tem
31) quando lhe deram somente 3 meses de vida, por haverem-lhe detectado cancro
nos ossos, que se espalhou pela coluna vertebral e pelas costelas, alcançando
depois os pulmões.
A droga que foi aplicada a
Brown, que mora em Monument, no Colorado, era uma droga experimental, não
criada para humanos e somente destinada a combater o cancro em cães, que acabou por ser uma das quatro relativas à
imunoterapia que mais tarde transitariam do uso veterinário para o humano por
terem sido bem-sucedidas.
Quem lidera nos Estados
Unidos a “Oncologia Comparativa” é a Universidade Estatal do Colorado (CSU),
que é um dos 20 principais centros médicos que conduzem testes clínicos de
medicamentos que poderão potencialmente curar o cancro em cães. Nesse âmbito, os
cientistas da CSU estão neste momento a estudar cerca de 3.000 Golden
Retrievers, raça que apresenta maior percentual de cancro no panorama canino.
Estes cães são seguidos
desde o seu nascimento e sê-lo-ão até à sua morte, o que contribuirá positivamente
para a sua saúde e bem-estar, assim como para vários aspectos da saúde humana
pelas práticas clínicas de que são alvo. Graças à “Oncologia Comparativa”,
Emily Brown está livre de cancro há 20 anos, tudo graças a um medicamento na
altura destinado a cães. Quem nos diz que a cura definitiva para todos os tipos
de cancro não será primeiro encontrada nos cães e depois estendida aos homens?
Tudo é possível, aguardam-se novos desenvolvimentos.
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