quarta-feira, 23 de agosto de 2023

OZZY: UM CÃO A APRENDER A SER GENTE

 

Desde que se iniciou o seu processo de aprendizagem, o pequeno Yorkshire Ozzy está a transitar de estatuto, de cão de trazer por casa para de cão de andar na rua. Para que isso aconteça sem nenhum percalço é necessário que se sociabilize com todos aqueles com quem se vai cruzar na via pública, sejam eles pessoas, cães ou outros animais porque, apesar de pequeno, é refilão e pode vir a acabar na boca de um cão maior (o que não será difícil de encontrar). Por outro lado, o facto de ser pequeno não significa que não possa provocar medo a um cinófobo, dar azo a diversos disparates e colocar a sua vida e a da outrem em risco caso fuja. Como está a responder afirmativamente à sociabilização, muito embora precise ainda de ser aprimorado nalguns aspectos, o Ozzy está agora a adquirir procedimentos que podem salvar-lhe a vida, com é o caso de ficar condicionado a sentar-se antes de atravessar uma passagem para peões e de procurar sempre essas passadeiras quando pretender atravessar uma rua (foto acima). O Ozzy, como todos os cães jovens e saudáveis, tem por hábito juntar à inquietude a surdez selectiva, acabando por fazer aquilo que lhe dá na real gana. Apostados na sua sobrevivência, interacção e cumplicidade temos insistido, quase sem ele dar por isso, no comando de “quieto” (foto abaixo).

O pequeno terrier demonstra uma especial aversão e inimizade às crianças quando atrelado e parado. Terá sido “escaldado” por alguma? Independentemente desta resposta ser uma atitude de defesa ou ser reflexo do seu carácter, urge proceder quanto antes à sua eliminação, custe o que custar e demore o tempo que demorar. Com a melhor das vontades e até com algum prazer leríamos para o Ozzy alguns histórias pedagógicas acerca do tema, só que ele é por demais distraído, não tem concentração para tanto e só está bem onde não quer estar. Diante desta dificuldade e tirando partido do comando de “quieto”, levamo-lo aos mais variados parques infantis, para que ali se familiarize e aprenda ou reaprenda a viver com as crianças (foto seguinte).

Como é lógico, não vamos para os parques infantis treinar o “quieto”, mas tirar partido dele. O “quieto” é treinado nos mais variados locais e condições, partindo-se gradualmente do fácil para o difícil e do simples para o completo. Ontem treinámos este comando num local romântico e paradisíaco, onde todas as atenções foram dadas ao cão e ele nada tinha que o distraísse.

Nunca me tinha dado conta do número de Yorkshires que há nos lares dos portugueses e que superabundam nos espaços públicos. Ontem, quando conduzia O Ozzy à trela, saltaram-me vários ao caminho, barulhentos e desafiadores como se fossem eles contra o mundo. Indiferente ao escarcéu dos seus irmãos de raça, o Ozzy mostrou-se indiferente e até com ares de alguma superioridade, quiçá por estar a abandonar o estatuto de “cão de trazer por casa”. Se me sinto orgulhoso do Ozzy? Claro que sim, sou o seu principal agente de ensino!

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