“Vergonha não é roubar, é
ser apanhado!” Tenho ouvido muitas vezes esta frase e ela desnuda uma faceta do
comportamento humano, aquela que leva alguns indivíduos facilmente ao disparate,
mas que dificilmente os induz ao assumir das suas responsabilidades, por
temerem as suas consequências ou por vergonha, muito embora não falte por aí
quem seja apanhado e não tenha vergonha nenhuma! Ontem, na cidade alemã de
Salzgitter, aqui passar-se-ia o mesmo em qualquer lugar, na Baixa Saxónia, um
cão da polícia localizou dois homens fugitivos após um acidente de carro numa
floresta. Conforme anunciou a polícia esta manhã, uma mulher relatou às
autoridades um acidente de carro na noite de ontem, que bateu contra uma árvore
numa curva e acabou por ir parar dentro de uma vala. Como o automóvel se
encontrava vazio à chegada da polícia, esta vasculhou aquela área arborizada e
um campo adjacente com um cão. O animal apanhou o rasto dos dois fugitivos,
dois homens com 38 e 39 anos. A polícia fez saber que estes indivíduos se
encontravam sob o efeito de álcool e drogas. O carro foi apreendido e as
possíveis testemunhas instadas a entrarem em contacto com a polícia.
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Rastrear um bêbado ou um drogado num campo isolado com um cão minutos depois não é uma tarefa árdua, ainda mais durante a noite. Outra coisa bem diferente é aproximar-nos de um bêbado ou de um drogado com um cão a seu lado, particularmente quando o animal nasceu, é próprio ou está habilitado para usar os dentes. Devido às alterações de comportamento dos seus líderes, motivadas pelo consumo de álcool e de drogas, os cães tendem a defendê-los como se estivessem feridos, entendendo os seus movimentos erráticos, alterações de humor e estados de euforia como um pedido de protecção, tornando-se extraordinariamente perigosos perante a queda e permanência dos donos no chão. Quem desejar socorrer um intoxicado numa circunstância destas, o melhor que tem a fazer é ligar para o número de emergência (112) e detalhar a situação, porque primeiro há que retirar o cão, para que os socorristas possam valer ao seu dono. Pelo que acabei de dizer, bêbados e drogados deveriam engrossar a já longa lista de gente a quem a posse de cães estaria interdita, mormente os promovidos a enfrentar humanos. Retornando à notícia, no meio de tanta asneira, os fugitivos de Salzgitter tiveram a sorte de sair ilesos e de não causar dolo a ninguém.
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