Ainda
que não falte por aí gente que traga o seu cão para a escola para que ele se
comporte melhor em casa, quiçá por ausência de regras ou por dificuldade em
estabelecê-las, a maioria dos donos opta por vir às escolas caninas para “transformar”
o seu cão de trazer por casa num cão para andar na rua. É claro que não faltam
outras pessoas com diferentes propósitos, alguns até condenáveis à luz do
bem-estar animal e dos mais elementares direitos de cidadania, elementos que
não queremos que “aqueçam lugar” entre nós e que sem qualquer pejo
denunciaremos prontamente a quem de direito. O CPA Dobby (na foto acima)
chegou-nos como um genuíno “cão de trazer por casa” e agora está a aprender a
comportar-se na rua, para que possa ir com a sua dona para todo o lado sem lhe
causar transtornos (pedidos de desculpa, despesas, acidentes, incidentes e
problemas com as autoridades). Para que isso aconteça, entre tantas coisas, terá
que aprender a andar à trela alinhado pela dona sem a puxar, a deslocar-se em
diferentes pisos e plataformas, a tolerar pessoas, cães e outros animais independentemente
da sua apresentação e circunstâncias, a não abocanhar tudo o que tiver pela
frente, a evoluir silencioso, a não incomodar ninguém e a permanecer quieto num
lugar até ao retorno do seu dono, para além de ter de ficar condicionado a só atravessar
nas passadeiras para peões e de tudo fazer para facilitar a locomoção da dona.
Já
o treino do veterano CPA Bohr, que já alcançou a maioria dessas metas e algumas
delas com distinção, assenta sobre a recapitulação dos comandos de obediência e
direccionais, sobre pequenos exercícios de ginástica ao seu alcance e sobre
jogos de concentração, para que se mantenha em boas condições físicas e
cognitivas e possa interagir satisfatoriamente por mais tempo, combatendo deste
modo o desinteresse, a inoperância e a senilidade. Na foto seguinte vemo-lo a
saltar um obstáculo artificial com 80 cm de altura.
Numa
imagem de rara beleza biomecânica podemos ver este lobeiro de pêlo comprido a partir
para uma escadaria de alvenaria que serve de escora a um antiquíssimo aqueduto,
partindo na frente do dono e obedecendo às suas ordens.
A
pensar no bem-estar psíquico e cognitivo do Bohr convidámo-lo para a execução
de um exercício simples de técnica de condução – o labirinto – que induz o cão
a trabalhar na frente do dono e este a gerir o esforço do animal num dos lados
exteriores da progressão. Ainda hoje, o cão resolve exercícios deste género mais
rápido do que o dono e se porventura erra, é porque lhe deram as indicações
erradas.
Eis em síntese o trabalho de ontem, com a Margarida na loja e o Ozzy provavelmente em casa. O Jorge Filipe foi com a mulher e os filhos 15 dias de férias, depois de se ter despedido efusivamente dos seus colegas da escola, como é seu hábito. O tempo não nos importunou e fomos recebidos por ruas desertas, com o pessoal na praia e muitos de férias.
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