terça-feira, 29 de agosto de 2023

AGRADAR A GREGOS E A TROIANOS EM WELLINGTON

 

Com o aproximar do verão no Hemisfério Sul, que acontece na Nova Zelândia de dezembro a janeiro, o município da cidade de Wellington, capital neozelandesa, pondera deixar correr os cães soltos durante todo o ano. Se esta proposta for aprovada, os cães serão permitidos na praia de Oriental Bay no próximo verão até às 10 horas da manhã e depois das 19 horas. Não obstante, o conselho citadino adianta uma advertência –os proprietários caninos são obrigados a recolher os cocós dos seus cães, caso contrário enfrentarão uma multa de 300 dólares. A vereadora da cidade Terri O’Neill disse que os novos horários propostos para cães soltos irão ajudar a enfrentar o “enorme boom” da posse de cães devido ao Covid-19. “Para cada 16 pessoas, há um cão. À medida que a cidade cresce, precisamos de mais aglomeração e isso significa mais apartamentos e menos 100 metros de verde na parte de trás da sua casa”, disse O’Neill.

Debaixo das restrições ainda em vigor, os cães estão proibidos de estar na praia entre o 1º dia de novembro e o dia 30 de Abril, período em que começa e acaba ali a época balnear. Com esta proposta, o município de Wellington tenta, de uma forma consensual, agradar a gregos e a troianos, ao não beliscar os interesses dos banhistas e ao ir ao encontro das pretensões dos donos dos cães, porque antes das 10h00 da manhã dificilmente alguém vai para a praia e depois das 19 muito menos, porque na Nova Zelândia, mesmo no verão, corre sempre uma brisa gelada ao anoitecer. Esta solução engenhosa também poderia ser aplicada nas nossas zonas balneares sem praias específicas para cães, desde que a fiscalização fosse efectiva, o que infelizmente não tem acontecido. A multa para quem não apanhar os dejectos do seu cão nos concelhos ao redor de Lisboa pode chegar aos 1.000€ (3 vezes mais do que a estipulada em Wellington), mas raramente alguém é multado por causa disso. Deseja-se melhor sorte a Wellington, muito embora os abusos na Nova Zelândia não costumem passar em claro.

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