sexta-feira, 4 de agosto de 2023

ILHAS DO CANAL VARRIDAS À DENTADA

 

Raramente temos notícia das ilhas de Guernsey e Jersey situadas no Canal Inglês (Canal da Mancha), no dito Arquipélago Normando, que foram a única parte do território britânico que a Alemanha nazi ocupou durante a II Guerra Mundial. Curiosamente, 8% da população da Ilha de Jersey é portuguesa, na sua maioria gente oriunda da Ilha da Madeira que trabalha nos sectores do turismo e da indústria hoteleira. Jersey é agora notícia porque mais de 1.000 pessoas na última década foram parar às emergências médicas depois de terem sido atacadas por cães, segundo dados fornecidos pela ITV News. Dentadas e unhadas de cães mal comportados parecem ter-se tornado ali cada vez mais frequentes, com os anos de 2022 e 2021 a registarem o maior número de lesões desde 2012. No quinquénio de 2017-2021, o tratamento das feridas causadas pelos cães custou ao governo de Jersey mas de 150.000 libras esterlinas britânicas.

Os proprietários caninos nas Ilhas do Canal precisam de obter uma licença tirada no salão paroquial local, esquema que visa ajudar a identificar os animais violentos, mas cuja eficácia pode ser colocada em causa. Mike Jackson, polícia em St. Brelade, pronunciou-se acerca do assunto nestas palavras: “Estamos a lidar com cães mais ou menos identificáveis. Se as pessoas tiverem um problema com algum deles, a melhor coisa a fazer é conseguir descrevê-los pormenorizadamente e se o seu dono voltar para o carro, tirar-lhe o número da matrícula, porque dessa forma a identificação pode ser feita.” Muitos tipos de cães, nos quais se incluem o Pit Bull Terrier e o Tosa; são proibidos nestas ilhas. O treinador Jon Bennett adianta que a culpa do mau comportamento dos cães se deve mais aos donos do que aos animais por prescindirem do treino e não lhes estabelecerem regras (e não é que o homem parece ter toda a razão?). “Se você não treinar o seu cão, ele treina-se a si mesmo e pode seguir por um mau caminho”, disse ele.

Há que pôr cobro à situação porque a Ilha vive do turismo. Penso que nenhum turista estará na disposição de ser mordido por um cão, fugir à frente doutro ou agredir algum antes de ser mordido. Escusado será dizer que são os forasteiros que levam cães deste calibre para aquelas ilhas, porque os seus residentes jamais quererão afastar quem lhes traz o sustento. 

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