A
meio caminho entre o lobo e o cão e tentado a encontrar a sua subsistência,
apesar de dócil, o Husky é provavelmente o cão mais fugitivo do panorama canino,
fugindo por vontade própria independentemente da qualidade da sua instalação
doméstica. Quando no seu périplo para nenhures encontra capoeiras, viveiros ou
gado é mais do que certo que se deterá e matará alguns animais, que geralmente
não come, a menos que traga muita fome, não sendo por isso de estranhar
encontrar um Husky onde menos se espera. Quem não estava à espera de um Husky
eram as crianças e as educadores de uma creche na cidade alemã de Osnabrück,
cidade geminada com a nossa Vila Real, que na manhã de ontem, segunda-feira, se
depararam com um lupino destes em frente ao seu estabelecimento de ensino. Para
que nada acontecesse ao bonito e amistoso animal, atraíram-no rapidamente e sem
qualquer resistência para o recreio do jardim-de-infância. Dali a pouco já se
encontrava entre os pequeninos a uivar como resposta ao toque de um órgão de
brincar. Depois de duas horas ao telefone a perguntar aos veterinários da área
se tinham notícia de algum cão desaparecido e perante o seu desconhecimento, as
educadoras desistiram e acabaram por ligar para os bombeiros.
Se a chegada do cão foi para as crianças motivo de grande alegria, com o aparecimento dos bombeiros a alegria atingiu o júbilo, o que não é de estranhar já que muitos miúdos sonham vir a ser bombeiros. Os bombeiros não tiveram como identificar o animal, porque este não se encontrava registado na Tasso (1).
Diante
desta dificuldade, os soldados da paz acabaram por levar o Husky fugitivo para
um abrigo de animais, sem qualquer informação sobre o seu proprietário. Como o
cão se mostrou bem treinado e colaborante na creche, o Corpo de Bombeiros pensa
que o dono não irá demorar muito a ir buscá-lo. Acostumadas aos cães de terapia
que visitam a creche, as crianças não tiveram qualquer receio do cão, muito pelo
contrário!
Se vai de férias e vai confiar a
custódia temporária do seu Husky a alguém, avise essa pessoa que a raça é
naturalmente fugitiva sem precisar de alguma razão ou pretexto particular, para
que ao voltar possa reencontrá-lo no lugar onde o deixou e sem acréscimo de
despesas.
(1)Organização de proteção de animais em Sulzbach, Hesse, na Alemanha, detentora de registos de microchip.
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