Apesar
de não ser um adepto confesso do Mushing, sei bem o que é, aquilo a que se
propõe e as regras a que obedece, que são válidas para a generalidade dos cães
salvo alguns pequenos detalhes ligados às diferentes morfologias caninas.
Ensino os cães saudáveis a traccionar para o caso de vir a ser preciso, como
prestação de socorro e a pensar no transporte de algum sinistrado. Na nossa
sessão de treino matinal de hoje, depois do período dedicado à obediência, o
tempo do trabalho específico foi preenchido pelo ensino da tracção e todos os
cães presentes foram para ela convidados, sem acessórios próprios para a sua
prática, mas reproduzindo uma situação emergente, pela codificação
(assimilação) da ordem dada que tende a ultrapassar várias dificuldades. Considerando
em primeiro lugar o bem-estar do artista convidado, um garoto de 6 anos e dos
cães concorrentes a esta habilitação, partiu-se do simples para o complicado no
reboque de uma trotineta com um pequeno passageiro que em valentia tem o dobro
do seu tamanho. Os cães foram convidados um a um pelos seus donos a rebocar
individualmente a passo a trotineta num terreno já seu conhecido - no círculo
de obediência, primeiro isolados e depois com um cão em cruzamento frontal
(foto acima). Com todos os cães aprovados, passou-se ao exercício da tracção
com dois cães já conhecidos um do outro e pertencentes ao mesmo dono, ainda que
díspares de morfologia e envergadura (foto seguinte).
Para
maior segurança da criança participante, os donos e condutores dos cães deslocavam-se
ao seu lado. Perante a resposta afirmativa dos animais, foi-lhes solicitada a
transição do passo para a marcha, o que obrigou o seu condutor também a correr
para lhes servir de incentivo. A disposição dos cães não poderá ser arbitrária,
pelo que importa escolher qual o cão que melhor se adapta para circular do lado
do dono e aquele irá por fora, para que se constituam numa verdadeira equipa e
dividam equitativamente o esforço entre si.
Como
não há nada que veterano CPA não aprenda sem grande dificuldade, também o
convidámos para a tracção na companhia do seu velho e vigoroso amigo – o Soneca
- cão que na verdade “é pau para toda a obra”. Com o lupino ao lado do dono e
com a obediência cega do bracóide, tudo correu literalmente sobre rodas, tanto
a passo como em marcha, apesar dos dois cães terem os seus estranguladores
presos na mesma trela.
De
dois passámos para três cães, o que obrigou à troca de condutor, dando lugar a
um mais hábil e experiente, capaz de manter a disciplina interna do grupo
animal e motivá-lo para o esforço pretendido, o que veio a acontecer conforme o
esperado. Depressa aprendeu o garoto a ter o pé o pé direito sobre a mola do
travão, porque trabalhar com cães principiantes obriga a muita cautela.
Escolhemos
o cão que mais garantias dava para executar o reboque da trotineta a galope num
percurso circular com o dono a seu lado, que jamais seria possível sem a
destreza e o à vontade do garoto (chama-se Simão), que dia após dia não pára de
nos surpreender (tem pinta de atleta e resiliência que sobre para isso).
Finalmente
chegou a hora da verdade: um percurso linear a galope sem o acompanhamento do
dono, mas iniciado pelo seu chamamento. O Simão nunca tinha andado tão rápido
de trotineta e o pai no final do percurso mostrou qualidades para ser um bom guarda-redes!
O S.L.Benfica não anda à procura de um para substituir Odisseas Vlachodimos?
O calor não nos atrapalhou os trabalhos porque só começou a sentir-se depois das 13 horas. A Maria e o Dobby não compareceram para grande tristeza nossa, porque a simpática ribatejana teve que valer à sua mãe num momento de especial aflição. Deseja-se que tudo não passe de uma indisposição passageira, que a anciã recupere rapidamente e que a Maria retome o seu lugar entre nós. Quanto ao dia de trabalho, não poderia ter sido melhor aproveitado.
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