Os
exageros relativos aos animais de estimação que acontecem nas nações mais e
ricas e no mundo ocidental jamais se passarão no Irão, pelo menos enquanto
vigorar o actual regime extremista, autoritário, déspota, machista e repressivo,
maquinado para se confundir com a vontade de Deus e com os ensinamentos do
Profeta, o que não impede que por lá aconteçam verdadeiros disparates, como o
que vou a seguir narrar. Um casal iraniano sem herdeiros decide transferir a
propriedade do seu apartamento para o seu cão. Depois que o apartamento passou
para o nome do cão, a polícia do Irão prendeu o chefe da imobiliária onde a
transferência de propriedade tinha sido celebrado, fechando também a sua
empresa, de acordo com o site judicial iraniano “Misan Online”, citando o
procurador-geral adjunto Resa Tabar, que disse ainda ser aquela venda fictícia “uma
base legal para normalizar a violação dos valores morais da sociedade”.
O "Misan
Online" não forneceu qualquer informação sobre a identidade do
proprietário da empresa preso. A agência de notícias Isna informa que a polícia
"abriu uma investigação" após um vídeo sobre a venda que circulou
rapidamente nas redes online no fim-de-semana. A filmagem mostrou um casal
iraniano a assinar um contrato de transferência de propriedade da sua casa para
o seu pequeno cão branco. O animal de estimação, chamado Chester, com a ajuda
de uma mulher, colocou as patas num bloco de tinta antes de fechar o contrato.
No vídeo, a mulher diz que o casal não tem “herdeiros” e quer vender o
apartamento para o cão.
Como em muitos países muçulmanos, os cães são considerados animais impuros no Irão por conspurcarem os seus donos. Apesar das recomendações dos clérigos muçulmanos mais conservadores aconselharem os iranianos a não terem cães como animais de estimação, não há naquele país nenhuma lei que proíba a sua posse. A polícia já tentou por várias vezes proibir completamente os cães, mas não conseguiu ser bem-sucedida. Contrariamente, o número de jovens iranianos que adopta cães e gatos tem vindo a aumentar, destinando-os principalmente aos seus filhos. Diante desta realidade, as clínicas veterinárias e as lojas para animais têm vindo a aumentar nos últimos anos em Teerão e noutras grandes cidades do Irão. Será que a luta pela liberdade das mulheres e do povo iraniano em geral vai contar com a ajuda de cães e gatos? Quem sabe? Por muito menos já vi estalar guerras e estoirar revoluções!
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