domingo, 20 de agosto de 2023

ESTAVA-SE MESMO A VER!

 

Os exageros relativos aos animais de estimação que acontecem nas nações mais e ricas e no mundo ocidental jamais se passarão no Irão, pelo menos enquanto vigorar o actual regime extremista, autoritário, déspota, machista e repressivo, maquinado para se confundir com a vontade de Deus e com os ensinamentos do Profeta, o que não impede que por lá aconteçam verdadeiros disparates, como o que vou a seguir narrar. Um casal iraniano sem herdeiros decide transferir a propriedade do seu apartamento para o seu cão. Depois que o apartamento passou para o nome do cão, a polícia do Irão prendeu o chefe da imobiliária onde a transferência de propriedade tinha sido celebrado, fechando também a sua empresa, de acordo com o site judicial iraniano “Misan Online”, citando o procurador-geral adjunto Resa Tabar, que disse ainda ser aquela venda fictícia “uma base legal para normalizar a violação dos valores morais da sociedade”.

O "Misan Online" não forneceu qualquer informação sobre a identidade do proprietário da empresa preso. A agência de notícias Isna informa que a polícia "abriu uma investigação" após um vídeo sobre a venda que circulou rapidamente nas redes online no fim-de-semana. A filmagem mostrou um casal iraniano a assinar um contrato de transferência de propriedade da sua casa para o seu pequeno cão branco. O animal de estimação, chamado Chester, com a ajuda de uma mulher, colocou as patas num bloco de tinta antes de fechar o contrato. No vídeo, a mulher diz que o casal não tem “herdeiros” e quer vender o apartamento para o cão.

Como em muitos países muçulmanos, os cães são considerados animais impuros no Irão por conspurcarem os seus donos. Apesar das recomendações dos clérigos muçulmanos mais conservadores aconselharem os iranianos a não terem cães como animais de estimação, não há naquele país nenhuma lei que proíba a sua posse. A polícia já tentou por várias vezes proibir completamente os cães, mas não conseguiu ser bem-sucedida. Contrariamente, o número de jovens iranianos que adopta cães e gatos tem vindo a aumentar, destinando-os principalmente aos seus filhos. Diante desta realidade, as clínicas veterinárias e as lojas para animais têm vindo a aumentar nos últimos anos em Teerão e noutras grandes cidades do Irão. Será que a luta pela liberdade das mulheres e do povo iraniano em geral vai contar com a ajuda de cães e gatos? Quem sabe? Por muito menos já vi estalar guerras e estoirar revoluções!

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