Na
cidade alemã de Bad Kreuznach, no estado de Rheinland-Pfalz, centenas de vespas
construíram mais uma vez um ninho à beira de um caminho bastante popular, trajecto
que agora se encontra encerrado por razões de segurança, uma vez que alguns
cães já foram ali atacados. Michael Vesper, Director-Geral da Gesundheit und
Tourismus für Bad Kreuznach GmbH (GuT), disse que o ninho das vespas fica bem
no limite do Rheingrafenstein Classic Tour. O encerramento daquela área
pretende evitar que os caminhantes que por lá passassem viessem a ser mordidos
pelas vespas ao sentir-se ameaçadas por eles. À excepção dos cães, ninguém mais
foi atacado este ano. Este não é o primeiro ninho de vespas em Bad Kreuznach,
mas a situação tem-se agravado nos últimos anos e já aconteceram ataques a
caminhantes perto de Rotenfels, o que levou também o GuT ao isolamento da área,
apesar de algumas pessoas não terem respeitado as barreiras de segurança que lá
tinham sido colocadas.
Quem
tem cães ao ar livre ou num quintal, logo a partir do mês de abril, deverá
passar em revista as instalações mais próximas dos locais de abrigo e dos
bebedouros e comedouros dos cães, locais que as vespas procuram amiúde e onde
nas suas cercanias procuram construir ninhos, por lhes ser facilitado o acesso
à comida e à água. Este trabalho de prevenção pode evitar maiores e futuros
problemas, porque sempre será mais fácil tolerar uma ou duas vespas do que enfrentar
uma colónia delas. As vespas só atacam os humanos se sentirem ameaçadas e
picam-nos até morrerem porque, ao contrário das abelhas, não perdem o ferrão.
Com facilidade são os cães picados por elas, quando estas rodeiam as suas
tigelas, ocasião em que os cães as caçam como fazem com as moscas, acabando
normalmente de focinho inchado durante algumas horas, necessitando alguns de
socorro médico-veterinário, particularmente os braquicéfalos cujo focinho sofre
horrores.
Apesar
da extracção de um ninho de vespas estar ao alcance de qualquer um, isso não
significa que todos o possam fazer, porque exige saber, experiência e gente que
não seja alérgica à picada das vespas. A eliminação de um ninho de vespas
(vespeiro) assenta normalmente sobre a aplicação directa de pesticidas e na
total remoção mecânica do ninho, operação que deverá ser levada a cabo ao
amanhecer ou ao entardecer, o que tornará os métodos mais eficazes perante a
menor actividade das vespas nesses períodos do dia. Contudo, aconselha-se a
requisição de um profissional para este trabalho, apesar de alguns insecticidas
para o efeito se encontrarem em regime de venda livre.
Como
os menos conhecedores poderão confundir a vespa asiática (Vespa mandarina) com
a vespa comum (Vespa crabro), apesar das diferenças entre elas (a vespa
asiática é um insecto mais escuro e um pouco maior do que a congénere autóctone,
o seu corpo é aveludado e escuro, assim como os dois pares de asas, sendo as
patas castanhas com extremidades amarelas, o que as distingue e sua a cabeça é
preta com faces amarelo-alaranjadas). Se já não é fácil enfrentar um vespeiro
de vespas autóctones, enfrentar um de vespas asiáticas pode ser o cabo dos
trabalhos! Se porventura estiver na presença de uma vespa asiática ou de um ninho
deverá reportar a sua existência a qualquer entidade de segurança ou à autarquia,
poderá também fazê-lo em STOPvespa (stopvespa.icnf.pt), A destruição destes
ninhos não deverá ser feita de modo autónomo por quem os avista, porque a sua
perturbação ineficaz poderá gerar um ataque por parte das vespas asiáticas e
proceder à sua posterior disseminação. Assim, estas acções, em princípio
nocturnas já que esta Vespa é diurna e recolhe ao ninho à noite, deverão ser
sempre executadas por profissionais (Bombeiros, GNR-SEPNA, Protecção Civil).
Não se incompatibilize nem proceda ao extermínio das vespas comuns, porque elas desempenham um papel essencial nos ecossistemas, em áreas como a protecção de culturas agrícolas e no desenvolvimento de medicamentos, podendo ser usadas como um meio sustentável no controlo de pragas em países em desenvolvimento, especialmente nos tropicais, onde os agricultores podem recorrer a uma espécie local com um risco mínimo para o ambiente. Ao procederem ao controle biológico dos insectos nocivos à agricultura, as vespas acabam por ser de suma importância para os humanos e para o combate à fome. Por alguma razão o pessoal de Bad Kreuznach isolou o caminho e não procedeu simplesmente à eliminação das vespas! Por outro lado, atendendo aos eventuais perigos para a sua saúde, não deverá ser consentido aos cães que cacem e comam insectos, porque quem come moscas, sem grande dificuldade comerá também uma abelha, uma vespa ou uma vespa assassina. É evidente que o aparecimento de moscas está ligado a locais pouco higienizados, a fezes abandonadas ou a restos de comida expostos ao sol – há que evitar os chiqueiros! A somar a isto, imagine-se o disparate que seria se todos os cães existentes no mundo matassem uma vespa por dia! Ficaríamos mais ricos?
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