quinta-feira, 25 de agosto de 2022

SOLUÇÃO CONSERVADORA

 

Assim que o frio voltar, apesar do tempo não dar mostras disso, as autoridades europeias e britânicas vão ter um problema acrescido, mas já usual: o de albergar os SEM-ABRIGO que têm cães, uma vez que os proprietários das casas alugadas pelas autarquias negam-se, na maioria dos casos, a aceitar cães dentro das suas casas, o que muito bem se compreende. Esta esfarrapada política higienista, ao invés combater a pobreza, acaba por aceitá-la tal qual ela é. Tradicionalmente da Áustria sempre nos chegam soluções mais radicais e conservadoras. Em Salzburgo (que significa literalmente “fortaleza de sal”) uma petição de quase 4.000 assinaturas, que conta com o apoio de várias instituições e individualidades da cidade, inclusive com a associação de bem-estar animal “RESPEKTIERE”, pede o fim da mendicância com cães, por entender que ela fomenta a crueldade contra os animais, o que não deixa de ser uma verdade em muitos casos, quando os animais apenas servem para apelar á caridade de quem passa.

Estranhamente ou talvez não, a solução de Salzburg visa resolver o problema dos cães sem se importar com o das pessoas, que na prática valem menos que os animais aos olhos de muita gente sensível daquela cidade. No meu ver, que sou latino e não tão passional, o que importa é acabar com a pobreza e a miséria que lançam muitos na pedinchice e que os obriga a valer-se dos cães para sobreviver. Estarei 100% de acordo com a petição de Salzburg se o confisco dos cães levar os seus donos à procura de trabalho e ao consequente abandono da mendicância, desde que lhe dêem ocupação ao seu alcance e não se aproveitem da circunstância para explorá-los ainda mais. Apesar da pobreza ser uma vergonha e um problema de e para todos nós, a reinserção social dos ditos indigentes cabe em primeira instância aos estados das distintas nações, que terão que arranjar para eles soluções que não atentem contra a sua dignidade enquanto seres humanos. Infelizmente até hoje, ninguém conseguiu encontrar uma solução totalmente válida, justa e eficaz para acabar com a pobreza, será que taxando a ganância poderemos encontrar-lhe solução? Felizmente que as famílias sucedem-se na miséria e na fortuna, porque grande injustiça seria caber o bem e o mal sempre aos mesmos! Quando alcançaremos riqueza sem precisarmos da miséria? Serão as duas indissociáveis? Eu quero acreditar que não!

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