segunda-feira, 29 de agosto de 2022

OS CÃES TAMBÉM SOFREM DE DEMÊNCIA QUANDO ENVELHECEM

 

Cães também sofrem de demência à medida que envelhecem. Quando deixam de reconhecer as pessoas que sempre lhes foram familiares, uma doença semelhante ao Alzheimer pode ser a causa, já que os animais de estimação também podem sofrer de deterioração mental e quanto mais velhos forem, maior o risco. Na velhice, os cães não só se deterioram fisicamente, mas também o seu desempenho mental diminui. A partir de uma determinada fase da sua vida, o risco de desenvolverem demência aumenta significativamente de ano para ano, conforme relatam alguns pesquisadores na revista “SCIENTIFC REPORTS”. Os autores deste estudo pronunciaram-se sobre a SÍNDROME DA DISFUNÇÃO COGNITIVA CANINA (CCD) e segundo ele o risco de desenvolver a demência é cerca de seis vezes e meia maior nos cães menos activos do que nos muitos activos. Não obstante, mais análise são necessárias para estabeleceram a causa e o efeito desta conexão. Tal como sucede com os humanos, as funções cognitivas de cães e gatos também diminuem com a idade, já que a CCD é semelhante ao quadro clínico e à evolução de Alzheimer nas pessoas. Assim, os cães afectados pela doença apresentam como sintomas lapsos de memória, perda de orientação espacial, comportamento social alterado e distúrbios do sono.

Como os cães maiores têm uma expectativa de vida média menor do que as raças pequenas e, por conseguinte, envelhecem mais cedo, também são os mais propensos a desenvolver sintomas de CCD mais cedo. Em cães com mais de dez anos de idade, o risco de DCC aumenta em mais de 50% a cada ano adicional de vida, como calcularam os cientistas que trabalham com Sarah Yarborough, da Universidade de Washington, em Seattle, nos Estados Unidos. Eles usaram dados de mais de 15.000 cães de estimação do Dog Aging Project, um estudo americano sobre envelhecimento animal. Os donos preencheram questionários sobre saúde e actividade física, além de um teste para CCD, que pergunta, entre outras coisas, se o cão ainda reconhece pessoas familiares, sendo a expectativa de vida dividida em trimestres. Quase um quinto dos cães registados estava no último trimestre das suas vidas. Um total de 1,4% dos animais foram classificados como já sofrendo de CCD. Cerca de ¼ dos cães à volta dos 17 anos foi-lhes diagnosticada a doença afetados e a cerca de 50% dos animais à volta dos de 19 anos de idade. Porém, os autores do estudam alertam para o facto da classificação ter sido apenas baseada nos questionários e e não no diagnóstico veterinário, sendo por isso propensa a vários factores de confusão. As estimativas anteriores das taxas de CCD eram por vezes muito mais altas: 28% em cães dos 11 aos 12 anos e 68% nos cães dos 15 aos 16 anos de idade.

Segundo a análise actual, os cães menos activos foram muito mais afectados pela CCD do que ao activos. Todavia, os autores do estudo apontam que ainda é preciso verificar a relação causa efeito, uma vez que o declínio cognitivo também pode levar a menor desempenho físico, podendo ser o motivo e não o resultado. Ainda assim, numerosos estudos observados em humanos mostraram consistentemente que mais exercício está associado a menos Alzheimer. O exercício físico leva à redução de substâncias inflamatórias no cérebro que contribuem para a morte das células nervosas e para o aumento da plasticidade neuronal- Estes mecanismos podem também explicar a menor probabilidade de CCD nos cães mais activos. No estudo, foi também examinada a influência de factores como a raça, o sexo e determinadas doenças, para determinar se cães com doenças como a ocular, a auricular ou a neurológica tiveram maior probabilidade de contrair a CCD. Os cientistas envolvidos neste estudo disseram que os dados nele adiantados poderão auxiliar os veterinários a decidir quando operar o rastreamento da CCD nos cães e quais os sintomas que a desnudam. Para mim, para além doutras considerações, enquanto adestrador e defensor da interacção canina e do seu impulso exploratório, todos os cães que não caminham diariamente os quilómetros que devem e a quem lhes é furtada a interacção necessária, os apartamentos onde vivem são celas, os canis são masmorras, os quintais são pátios de prisão e as quintas não passam de efémeras gaiolas de ouro. Desde sempre abracei o combate contra a perca de qualidade de vida dos cães e a luta contra a demência canina sempre se fez presente, porque nos anos que levo ao redor de cães já a observei amiudadas vezes nos meus cães e naqueles que cuido e ensino.

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