Desde
que dei comigo a pensar, e não sou irlandês, que abomino a ideia de uma Irlanda
dividida e que vivo na esperança de a ver una e indivisível de uma vez por
todas. Como dizia um tio meu já falecido, há coisas do diabo e a existência da
dita “Irlanda do Norte” é para mim uma delas. Curiosamente os britânicos, em
particular os ingleses, foram lestos em condenar a política de “Lebensraum” do
extinto III Reich, preconizada por Friedrich Ratzel, quando na verdade já a
tinham implementado séculos antes na Irlanda. Nós portugueses já sabemos por
experiência própria como é difícil expulsar ingleses depois de instalados, como
aconteceu depois da regência inglesa do País, que tanto prejudicou Portugal
como o Brasil. Caberá aos irlandeses entenderem-se com os britânicos e unirem
finalmente a sua verde Ilha. Dito isto, se não o dissesse ficaria com amargos
de boca, vamos a um trágico incidente ocorrido na cidade de Randalstown, no
Condado de Antrim, na Irlanda do Norte, que envolveu a morte de uma jovem
cadela Labradoodle chamada “Rua”.
Esta simpática cadela de 18 meses de idade (nas fotos seguintes), pertencia à família Bonnes, e encontrava-se desaparecida de sua casa em Randalstown desde o dia 14 de julho, sendo localizada já morta 19 dias depois, vítima de ferimentos fatais, apesar das extensas buscas empreendidas por familiares, amigos, populares e voluntários da Lost Paws NI, uma instituição de caridade que trabalha especificamente para ajudar a reunir animais de estimação perdidos e encontrados em toda a Irlanda do Norte. A última vez que foi avistada com vida foi junto à sua casa, quando o seu dono aparava a relva (14 de julho). Até o seu cadáver ter sido encontrado, foram vasculhadas as terras vizinhas e o rio Maine, sendo os agricultores locais inquiridos e incentivados a verificar celeiros e armazéns.
Chegou
a pensar-se que a cadelinha tivesse sido roubada. As dúvidas foram finalmente
dissipadas anteontem, segunda-feira, dia 1 de agosto do corrente mês, quando os
seus restos mortais foram finalmente encontrados, encerrando-se por via disso
todas as buscas. Crê-se que a Labradoodle tenha morrido logo após ter
desaparecido. Os seus donos estão agora a agradecer a todos aqueles que
participaram nas buscas ou que de alguma forma se envolveram na sua procura.
Esta era uma cadela extremamente valiosa e
de utilidade rara, porque durante o pouco tempo que esteve com aquela família,
a Rua tornou-se uma espécie de tábua de salvação para ela, enquanto cão de
conforto para autistas, assistindo e fazendo progredir Sean Og Bonnes que tem
autismo, tornando-se sua companheira de conforto e um apoio sempre presente e
gentil nos seus momentos de ansiedade. É bem possível que algumas linhas de
labradoodle venham a ser excelentes cães de apoio emocional. Como os cães de
conforto para autistas não são muito comuns por causa da especificidade do seu
trabalho, tenho alguma dificuldade em compreender como alguém deixa fugir um
cão destes, animal que é um preciosíssimo tesouro para quem o tem.
PS: Penso que até hoje o CÃO DE ÁGUA PORTUGUÊS tem sido mal-aproveitado, porque a maioria dos seus indivíduos tem excepcionais condições para se tornar em cães de apoio, de assistência e de suporte emocional devido à sua natureza dócil e compassiva.
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