segunda-feira, 8 de agosto de 2022

DAR UM FINAL FELIZ À HISTÓRIA DO BEBÉ E DO CÃO

 

É cada vez mais comum haver primeiro um cão no lar de um casal jovem do que um bebé, fenómeno invariavelmente ligado à satisfação pessoal e profissional de ambos os parceiros, que podem até não equacionar ter filhos. Os casais que pensam em tê-los, tê-los-ão mais tarde, quando a sua relação afectiva e economia se encontrarem mais estáveis. Nesse meio tempo é comum adquirirem um cão, que irão tratar como se de um filho se tratasse e fosse o “rei da casa”, estatuto que o animal abraçará de imediato pela vassalagem que lhe é dispensada e por ser o centro das atenções.

Entretanto, com animal já adulto, conhecedor das rotinas da casa, dono do território e senhor das suas mordomias, o casal decide ter um bebé e não trata de preparar o cão para a chegada do novo membro da família, com o qual irá dividir a atenção e o carinho dos seus donos, apesar de sabermos que muitos cães são ciumentos e territoriais, que nenhum deles vê com bons olhos a sua despromoção social. Quanto mais forte e amorosa for a relação dos donos com o cão, maiores perigos poderão resultar para o bebé vindouro, que poderá vir a ser entendido com um rival ou um intruso aos olhos do animal, podendo por isso vir a ser atacado à dentada, o que tantas vezes se repete e que poderá ter como consequência a morte da criança, o que acontece com frequência quando os pais se distraem ou ausentam por breves instantes.

Assim aconteceu mais uma vez na cidade austríaca de Feldkirchen, no estado da Caríntia, na passada quinta-feira, por volta do meio-dia, no jardim da família de um menino de 2 anos, quando num momento não observado, o cão da família, um mestiço de Labrador com 6 anos de idade, atacou a criança e mordeu-lhe o rosto. A mãe ouviu um gemido curto e depois o chorar da criança, que teve que ser levada às pressas para uma clínica com ferimentos que a polícia não especificou o grau, mas que levou ao seu internamento.

Como infelizmente nem todas as crianças tiveram, têm ou terão a sorte deste menino de Feldkirchen, urge preparar os cães para a chegada dos bebés, ter sobre eles um controlo absoluto para evitar toda a sorte de disparates e possíveis desgostos, já que não devemos sujeitar a vida das crianças a uma “roleta russa”. Lamentavelmente, apesar do aumento do número de crianças mortas nestas circunstâncias, nem por isso o cuidado dos pais tem vindo a aumentar, somente o número de contas no GoFundMe! Para se dar um final feliz à “História do Bebé e do Cão”, urge educar os cães para a chegada dos bebés, porque pai ou mãe que não tem absoluto controlo sobre o seu cão está a pôr em risco a vida do seu bebé. E depois, como pais desleixados já os temos desde a Pré-História, não necessitamos de mais agora. Será que certos humanos não aprendem com os seus erros? Estou certo que não!

PS: Mesmo que agora pense em não vir a constituir família e a ter filhos, escolha sempre um cão o mais compatível com as crianças, para que ao mudar de ideias não tenha que se desfazer do animal, correr com a criança para o hospital ou despedir-se dela abruptamente.

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