Dediquei
o trabalho do passado sábado, dia 27 de agosto, à transposição de obstáculos de
projecção negativa e a alguns de endurance ao alcance dos binómios presentes,
considerando a experiência dos condutores, a morfologia e a idade dos cães, que
apenas foram convidados para obstáculos de índice médio de dificuldade, visando
o melhor apetrechamento técnico dos condutores e a maior abrangência laboral
dos cães. Aproveitando o enquadramento artístico local, procedeu-se também à
execução de algumas figuras de travamento. Na foto acima podemos observar a
transposição de um obstáculo de projecção negativa pelo binómio João
Moura/Marquês, onde se destaca a excelente entrada do cachorro CPA. Na foto
seguinte, sobre o mesmo obstáculo, vemos o desempenho do binómio
Cristina/Keila.
Enquadrada
numa pintura mural e pouco encantada com o fotógrafo que tinha pela frente,
vemos a CPA Luna no desempenho do “quieto” a partir do “senta”. Perante a
novidade de obstáculos e acções ao seu alcance, esta preta-afogueada necessita
ainda de recorrer ao seu faseamento para ultrapassá-los, o que denuncia o
particular do seu carácter, sucedendo assim mais uma vez no seu desempenho
dentro de água. Atleticamente é do melhor que se pode ter, psicologicamente
mostra ainda um grau de dependência acentuado, que obviamente não se deseja
crónico.
Há
que fazer justiça à Stephanie, porque está agora a conduzir os seus cães
razoavelmente, a absorver a técnica e respeitar o bem-estar dos seus amigos de
4 patas. Ontem compareceu com o SRD bassetóide Reva, cão que consegue
ultrapassar a maior parte dos entraves colocados à sua morfologia, sendo nisto “um
fora de série”. Apesar da sua apresentação rasteirinha e pouca envergadura, o
Reva demonstra ter valor suficiente para defender a sua dona e os seus
pertences. No entanto, carece de maior autonomia condicionada e por causa disso
foi convidado para o “quieto”.
O
CPA lobeiro Bohr, um verdadeiro especialista para os mais árduos trabalhos,
carrega o bom-nome dos seus egrégios antepassados e transporta-o para o
presente, ultrapassando qualquer tipo de desafio sem qualquer dificuldade,
tanto na terra como no mar, sendo por isso um animal de excelente prestação
anfíbia. Contudo, o tempo é implacável e importa agora combater no Bohr os
efeitos da velhice que se aproxima, mormente a demência que é acelerada pelo
excesso de sedentarização e ausência de novidade de vida. Para que ela tarde ou
não venha mesmo a acontecer, o Bohr caminha e trabalha diariamente, vencendo
novos obstáculos e empreendendo diferentes caminhadas com vários quilómetros de
extensão. Por tudo isto foi também convidado para o “quieto”, ainda mais porque
detesta ficar sozinho. Nos últimos 30 anos, se há algum cão que tenha passado
ao lado de uma brilhante carreira, esse cão será certamente o CPA Bohr. Ao
vê-lo trabalhar, calo o coração, mordo a língua e olho para o lado, porque mais
vale ficar calado. Obrigado Bohr!
Aos
pés da “menina na cadeira de praia” está SRD vulpina Keila (Kayla para os
donos) que é simultaneamente a cadela mais esperta e manhosa da escola, capaz
de fazer tudo e de “dar baile” a todos, inclusive de ameaçar quem quer que seja
e de obsequiar com uma dentada os mais incautos ou atrevidos, ao surpreendê-los
com o seu olhar fofinho e indefeso. A Keila é um daqueles cães que praticamente
dispensa o treino do “quieto”, porque prefere naturalmente ficar quieta do que
aturar alguém! Gulosa como poucos, faz tudo por um pedaço de comida, gula que a
torna manhosa e que lhe poderá vir a ser fatal, tanto pela obesidade como por
uma isca envenenada. QUEM
NÃO A TEME, FAZ DELA O QUE QUER; QUEM A TEME, SÓ FAZ O QUE ELA QUISER!
Convém dizer que esta camarada já leva 10 anos a comer frangos e que a velhice,
como dizem, é um posto!
A cumplicidade
entre o João Moura e o Marquês não merece qualquer tipo de contestação. É evidente
– está na cara! Todavia, considerando a qualidade laboral deste cachorro CPA e
o seu desenvolvimento físico, psicológico e cognitivo, está mais do que na hora
de convidar a Joana para o trabalho a que se propôs, ajudando assim na construção
de um cão igual em qualidade aos que sempre teve.
Participaram
nos trabalhos os seguintes binómios. Cristina/Keila; João Moura/Marquês;
Paulo/Bohr; Pedro/Luna e Stephanie/Reva. A reportagem fotográfica e a sua
edição couberam aos suspeitos do costume. O Jorge Filipe, mais conhecido por
ZIP, segundo as suas palavras, “lamentavelmente não pôde comparecer”, não sem
antes avisar repetidas vezes, o que só enaltece a sua educação e o cuidado que
tem com os outros. O Plano de Aula foi cumprido e hoje retomaremos os nossos
trabalhos.