domingo, 21 de novembro de 2021

O JUSTICEIRO DE ORENSE

 

Conhecedor da história e dos laços de sangue que nos unem, sendo descendente desse povo e etnia, cumprimento desde já todos os galegos que são leitores assíduos desta publicação. Hoje vou falar de um tema desagradável que aconteceu em Ourense e que a imprensa online está a fazer eco – o caso do justiceiro de Ourense – um homem de 58 anos que conduziu uma cruzada pessoal contra os cães nas ruas por causa dos custos da limpeza dos seus excrementos. Depois de uma investigação de quatro anos, a polícia espanhola prendeu um homem que supostamente deixava comida para cães com alfinetes, o que acabou por matar 2 animais e ferir outros. O homem conduziu uma verdadeira cruzada pessoal para livrar de cães das ruas da cidade de Ourense, segundo adiantou a polícia. Em 2017, este indivíduo teria começado a deixar cartões em bares a dizer que os cães deveriam ser retirados das ruas por causa do custo com a limpeza dos seus excrementos.

Nomeado apenas como Manuel A., juntou-se a um grupo WhatsApp administrado por donos de cães e postou a seguinte mensagem: “Chegou a hora de tirá-los das ruas. Compre um terreno e deixe o seu animal de estimação solto lá dentro. O dinheiro público não precisa de acabar no ânus do seu cão.” No ano passado, Manuel A. teria começado a largar iscas de comida de cão com alfinetes, o que matou 2 cães e feriu vários. Se vier a ser condenado por maus-tratos a animais, poderá enfrentar multas até 30.000€ por crime. Ourense tem assistido a um aumento inesperado de cães nos últimos anos, com 84.000 registados no ano passado, o triplo do número das crianças ali nascidas. Não posso agradar-me de um “trabalho” destes, a justiça cabe aos tribunais e quando se trata de animais, eu estou sempre do lado deles, porque são sempre os menos responsáveis. Seria caricato e menos lesivo, quiçá até eficaz, se o dito senhor guardasse os alfinetes para picar o cu dos donos que não apanham os dejectos dos seus cães. O problema não se restringe apenas à Galiza e acontece também frequentemente em Portugal. Leis já nós temos, exige-se fiscalização, mas parece que a Nação não tem dinheiro para recrutar novos polícias, porque os ladrões levam-lho todo.

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