As
fotos deste blogue não servem só para ilustrar os textos, relembrar actividades
passadas ou embelezar as dos dias anteriores - elas tem um fim pedagógico –
mostrando os erros e acertos de quem os cometeu e “educando a vista” de quem as
vê, visando o aprimoramento técnico dos primeiros e o conhecimento dos últimos.
Na nossa aula nocturna de ontem demos preferência aos comandos gestuais na execução
do tricomando básico (alto, senta e deita), procurando o seu esmero que passa
pela sincronia entre o gesto do condutor e a execução da figura pelo cão. A
opção pela linguagem gestual, que surge como reforço da verbal, prende-se com a
necessidade de ordenar comandos à distância e com a necessidade de evoluções
silenciosas, o que em matéria de segurança é mais do que desejável. Serve
também esta linguagem operacional para ajudar aqueles condutores que, por
diversas razões, não têm uma voz forte e modelada. Na foto acima vemos a Leonor
a mandar sentar a SRD Cookie e na foto seguinte o José Maria a ordenar o mesmo
à cachorra CPA Dream. Estarão a executar as suas tarefas correctamente? E se
não estão, o que deverão corrigir?
No
primeiro caso, no da Leonor e da Cookie, a cadela já se está a querer deitar-se
quando a menina está a ordenar-lhe que se sente, pormenor denunciado pelo
abatimento da cabeça do animal e pelo ângulo tomado pelos seus anteriores. O
que terá contribuído para o desacerto? Basicamente dois erros da condutora
somados ao particular da cadela. Os erros assentam na ausência da contagem de 3
tempos entre as duas figuras (1) e
no impacto visual (2) que
a condutora insiste em causar ao animal, que somados ao carácter submisso da
cadela causam o desacerto e indiciam estarmos na presença de um animal medroso.
Na foto é ainda possível reparar no abatimento do queixo da condutora, postura imprópria
e causadora de intimidação (impacto visual) a quem já não é muito segura. No 2º
caso, o relativo ao José Maria e a Dream, vê-se perfeitamente que o condutor
está com dificuldades em sentar a cachorra, já que a resistência do animal é
por demais evidente e própria de quem é valente e não quer obedecer a um
estranho. O José Maria tem que conquistar o coração da cachorra e pô-la a olhar
para si, acalmá-la e só depois, gradualmente, tentar interagir com ela, porque doutro é o
dono a mandá-la sentar e ela a querer fugir. Percebe-se , sem margem para
dúvidas, que a figura está ser tirada à força, bastando para isso reparar na torção
do tronco e no afastamento das pernas do condutor. Já agora adianta-se que
nenhuma figura do tricomando básico é tirada de “perna aberta”, mas sim com os
pés unidos, o tronco direito e imóvel, o queixo levantado a cabeça fixada na
linha do horizonte (é o cão que deve olhar para o dono e não o contrário).
Participaram nos trabalhos os seguintes
binómios: Inês/Oliver; Leonor/Cookie e José Maria/Dream. As fotos são da autoria
do Carlos Silva; os trabalhos decorreram dentro na normalidade exigível e a
classe alcançou o aproveitamento expectável.
(1)Entre as figuras do tricomando básico, os condutores deverão contar para si até 3 (3 tempos), solicitando só depois a figura ascendente ou descendente seguinte, para que os cães não executem mecanicamente e num só movimento todo o tricomando a despeito da orem dada. (2) Considera-se impacto visual toda e qualquer postura de um condutor que sugira tensão ou intimidação.
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