quinta-feira, 7 de maio de 2020

OHLSDORFER FRIEDHOF: PARA QUE NEM A MORTE OS SEPARE!

O cão “Flocki” foi hoje sepultado num túmulo para humanos e animais no cemitério de Hamburg-Ohlsdorf, tornando-se no primeiro cão a ser enterrado num túmulo destes. A sua dona, a Srª Ingrid B., que continua viva e já leva 72 primaveras, faz questão, quando chegar a sua hora, de vir a ser enterrada ao lado do seu animal de estimação, por ter sido “um amigo, de quem realmente sente falta”, conforme disse à Agência de Notícias Católica (KNA). Já existem na Alemanha 150 cemitérios para animais, mas os sepultamentos conjuntos de humanos e animais dificilmente têm sido possíveis. Chamados a pronunciar-se sobre o assunto, os cidadãos de Hamburgo aprovaram em Outubro passado o sepultamento humano-animal e desde o dia 1 de Março, altura em que a nova lei entrou em vigor, os donos dos animais já podem ser enterrados com eles.
Num túmulo adquirido anteriormente, os donos dos animais podem enterrar uma urna com as cinzas de um animal no local onde irão descansar para sempre. Para esta finalidade, o Cemitério de Ohlsdorf designou um talhão com 200 metros quadrados. Para facilitar a decisão dos donos acerca do túmulo comum, a direcção do cemitério mandou construir alguns túmulos modelo como inspiração na área (o velho pragmatismo germânico até nas necrópoles impera!). De acordo com Lutz Rehkopf, porta-voz da empresa "Hamburger Friedhöfe", a resposta à oferta tem sido "extraordinariamente positiva". Até agora, segundo ele, 11 sepulturas já foram concedidas e já aconteceram 150 consultas para a aquisição de sepulturas conjuntas de pessoas e animais. Rehkopf acredita que o coronavírus levou as pessoas a pensar de maneira diferente, porque doutro modo, metade do espaço destinado às sepulturas conjuntas já estaria ocupado. O extinto “Flocki”, o primeiro cão a ser sepultado em cemitério humano na Alemanha, descansa agora in perpetuum perto de gente famosa, como é o caso de Helmut Schmidt, Chanceler da Alemanha Ocidental entre 1974 e 1982. Diante destes factos, fica-se com a sensação de que o amor pelos animais é superior ao dos casamentos felizes, que normalmente cessam com a morte de um dos cônjuges.
PS: O sepultamento conjunto de humanos e animais não é coisa de hoje, já remonta há Pré-história.

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