Os cães do futuro fazem-se
hoje e provavelmente serão melhores do que alguns do passado, porque os homens
aprendem com os seus erros e a experiência vem em auxílio de quem persiste e nunca
se dá por vencido. Dedicámos os trabalhos de ontem à melhoria da suspensão e da
extensão dos saltos visando a musculação, um melhor desempenho atlético e a
capacitação dos cães para disciplinas específicas que não dispensam os saltos
em extensão e em altura, valendo-nos para isso do concurso de algumas verticais
à disposição. Na foto acima vemos o Labrador Soneca a “voar” sobre uma dupla
barreira constituída em Excel e elevado a 1 m do solo. Na foto abaixo vemos o
Afonso com a Nasha a ultrapassar com segurança uma barreira tripla.
Apesar de ser recto de
angulação traseira, o Labrador Soneca tem vindo a evidenciar uma vontade
tremenda para os saltos e uma excelente forma física, ultrapassando os seus
limites naturais pela alegria que emprega a tudo que faz. Na foto abaixo
vemo-lo a saltar um conjunto de 4 verticais perante o espanto de quem assistia.
Só desafiámos a SRD Keila
para saltar duas verticais conjuntas elevadas a 60 cm do solo, porque não
queremos sujeitá-la a más experiências capazes de fazê-la detestar o treino,
uma vez que é pouco disponível, não obstante ser uma excelente atleta.
Gradualmente, com muita paciência, recompensa e sem ela dar por isso, havemos
de elevá-la ao patamar de ensino que por direito lhe pertence.
Em certos sítios por onde
andei, sempre ouvi da boca dos mais velhos que os mais jovens nunca lhes
chegariam aos calcanhares. Estranhamente, dou comigo hoje a dizer o mesmo, pelo
que devo já estar velho (temos pena!). Certo é que o nosso amigo Pedro sempre
comete três erros fatais quando parte com a CPA Nala para os saltos: atrasa-se
na partida, espinoteia na transposição e vira-se para trás na saída. Ao fazer
isto, acaba por comprometer os saltos da cachorra, que invariavelmente acaba
por bater dolorosamente com os pés nas varas, graças à posição de travamento
operada pelo dono. A foto abaixo disso é exemplo. Vale a pena reparar nas
pernas da cachorra e na acção da mão do condutor que ao invés de puxar a trela
para a frente, puxa-a para cima, comprometendo a passagem das pernas da CPA e
impedindo-a de marcar correctamente a saída por não ver a linha do solo.
Solução: o Pedro têm ser mais rápido na partida (adiantar-se em relação à
cadela), não dar pulinhos despropositados na altura dos saltos e correr virado
para frente na suas saídas.
O Soneca inspirado decidiu
ir medir forças com o Afonso, rapaz que apesar de levezinho, conseguiu
suspender o endiabrado Labrador com um peso muito perto do seu. Com os seus
cinquenta quilos mal pesados, o miúdo é acima de tudo um “estado de espírito”,
uma poderosíssima vontade que teima em ganhar corpo.
No final do treino tirámos
a tradicional foto para a história com os cães presentes nos trabalhos, com o
Soneca empoleirado sobre o último bidão e as cadelas na base do aparelho, todas
desertas de rumar a uma bendita sombra.
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: Afonso/Nasha; Jorge/Soneca; Patrícia/Keila e Pedro/Nala.
Como o Paulo Jorge foi ao veterinário, coube ao Zé tirar as fotos, o que muito
agradecemos. Hoje retomaremos os trabalhos e deles daremos conta.
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