domingo, 10 de maio de 2020

O CÃO NÃO TINHA AÇAIME E OS PAIS NÃO TIVERAM JUÍZO

O facto de adorar Bull Terriers não me impede de dizer que não são todos iguais e que podem ser muito perigosos, porque são fortemente reactivos e têm uma elevada potência de mordedura, não sendo à partida os companheiros ideais para crianças até aos 6 anos de idade, cujo senso de responsabilidade não lhes permite acatar procedimentos sem reticências e antever a consequência dos seus actos. Escusado será dizer que qualquer cão destes devidamente ensinado e controlado, dificilmente fará mal a uma criança, muito embora o percentual de Bull Terriers treinados em relação ao seu número total seja irrisório.
À parte disto, não é conveniente, atendendo aos eventuais perigos daí decorrentes, deixar uma criança sozinha com um cão, quer ele seja um Bull Terrier ou outro, porque as crianças podem magoar, provocar e incitar os cães sem querer, acções que podem indevidamente constituí-las em presas e deixá-las muito mal tratadas, como aconteceu ontem em Sagard, um município alemão do Distrito de Rügen (Ilha de Rügen), no Estado de Mecklenburg-Pommern, onde uma menina de 2 anos foi ontem mordida por um Bull Terrier quando se encontrava a brincar com ele.
O incidente ocorreu na frente de um prédio de apartamentos, quando a menina se encontrava a brincar com o cão como já o havia feito muitas vezes. A sua permanência naquele local ficou a dever-se a uma visita dos seus pais à avó, que mora no mesmo prédio que o dono do cão. No meio da brincadeira, por razões ainda por esclarecer, o Bull Terrier, que não tinha açaime conforme as exigências da lei, atirou-se à menina e mordeu-a várias vezes, deixando-a com graves ferimentos faciais, muito embora sem perigo de vida, vindo a ser transportada de helicóptero para o Hospital da Universidade de Greifswald. O cão permanece inicialmente na posse do dono debaixo de algumas restrições e este, um homem de 42 anos, incorre numa condenação por danos corporais negligente e violação do regulamento do proprietário do cão.
À distância e com as devidas salvaguardas, parece-me que o ataque do cão foi de origem defensiva, apesar do Bull Terrier ser mais tolerante à dor que outros cães. Digo isto porque o animal já conhecia a criança, estava familiarizado com ela e por isso mesmo não quis eliminá-la, apenas libertar-se de alguma situação desconfortável que ela lhe provocou, daí também a natureza dos ferimentos não a terem colocado em risco de vida. As razões do cão consigo compreendê-las, as dos pais é que não, porque negligenciaram a vida da sua filha, quando a sua primeira obrigação era protegê-la. Provavelmente não serão acusados de nada, quando deveriam, nem que fosse à perca simultânea da incúria e da ignorância (há crianças que são tiradas aos pais e dadas para adopção por motivos mais leves e menos evidentes).

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