quarta-feira, 30 de outubro de 2019

KIYO: PARA AFUGENTAR MACACOS

Os japoneses costumam juntar a minúcia à prática, o que os torna extremamente engenhosos e capazes de soluções inovadoras. Em MATSUYAMA, cidade do Japão Ocidental, na Província de Ehime, na Ilha de Shikoku, numa cerimónia ocorrida anteontem, dia 28 do corrente mês, foi apresentado o cão mais recente para assustar macacos – a cadela KIYO, uma cadela de raça mista a rondar os 3 anos de idade.
Kiyo é o sexto cão e o primeiro em três anos a ser reconhecido como “CÃO-MACACO”, próprio para afugentar macacos que arruínam as culturas. A cerimónia de entrega do certificado de nomeação teve lugar na filial de Ehime Chuo, na União Central das Cooperativas Agrícolas (JA-Zenchu), no Distrito de Kyaku. A cadela apresentou-se com um uniforme especial que lhe foi dado durante os procedimentos pelo Prefeito de Matsuyama, Katsuhito Noshi, sendo recebida pelos residentes como estrela local.
Os “cães-macaco” são treinados em centros de treino especializados em afugentar macacos e desde o Ano Fiscal de 2014, Matsuyama é a única cidade na Província de Ehime, na Ilha de Shikoku, a empregar este método. A cidade cobra taxas para garantir o treino dos cães, subsidia-os anualmente até 30.000 ienes pela busca dos primatas e recruta novos proprietários caninos quando necessário.
O proprietário da Kiyo, HIDEKI MIYOSHI, um produtor de citrinos com 58 anos de idade, disse que a cadela é tímida e facilmente assustada, mas que, como preparação para os seus deveres, leva-a a patrulhar duas vezes por dia, deixando-a livre da trela para melhor se acostumar aos macacos e às montanhas. Umas das tarefas mais importantes de um cão-macaco é voltar depois de assustar os alvos, mas houve uma vez em que a Kiyo demorou cinco dias a ressurgir.
Com outro cão-macaco já a funcionar na cidade desde 2014, Miyoshi foi informar-se e ficou a saber que também ele experimentou dificuldades de início. Este produtor de laranjas está apostado em transformar a Kiyo na cadela mais experiente do Distrito, capaz de aprender a encontrar e expulsar macacos sózinha (oxalá assim seja, o que não me parece). A solução encontrada pela Prefeitura de Matsuyama não podia ser mais amiga dos animais e do ambiente, pelo que está de parabéns.

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