A SALSA,
a CÃO DE GADO TRANSMONTANO
que treinamos pela manhã, está a melhorar o relacionamento com a dona, graças à
humildade para aprender da sua líder, que só ultimamente conseguiu transmitir
as emoções necessárias ao treino e ao bom desempenho da cadela. Neste momento,
volvido 1 mês de treino (8 lições), a Salsa está prestes a ser conduzida em
liberdade, porque não puxa nada à trela e obedece prontamente aos comandos
verbais e gestuais, circulando agora a sua dona com a trela solta sobre os
ombros. Aproveitando um sapal imenso transformado em arrozais e múltiplos
viveiros, com água a perder de vista, decidimos ir adiante naquela paisagem
imemorial para aprimorar a cadela.
Com 500 metros andados,
deparámo-nos com um bando de Flamingos, que indiferentes à nossa presença
continuaram a alimentar-se descontraidamente, porque a comida não falta ali e
sentem-se donos e parte daquele idílico ecossistema, ao qual emprestam uma
beleza que nos parece exótica, própria de outras paragens. A Salsa não lhes deu
grande importância, quiçá por ter uma capoeira bem perto do seu canil.
Apostados em regressar,
ainda que nos apetecesse ficar toda a manhã naquele lugar, de tão convidativo
que é, fotografámos os Flamingos à distância e retomámos o caminho de volta
entre lençóis de água (doce e salgada), ladeados por valas a fervilhar de vida.
De alguma forma os
adestradores são como os pais, que vêem os filhos partir quando já não dão
trabalho, sucedendo o mesmo com os cães quando devidamente adestrados, só que
os filhos dificilmente se separarão dos pais e só a saudade restará dos cães.
Chegará a vez da Salsa - é melhor nem pensar nisso!
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