terça-feira, 8 de outubro de 2019

A SALSA FOI VER OS FLAMINGOS

A SALSA, a CÃO DE GADO TRANSMONTANO que treinamos pela manhã, está a melhorar o relacionamento com a dona, graças à humildade para aprender da sua líder, que só ultimamente conseguiu transmitir as emoções necessárias ao treino e ao bom desempenho da cadela. Neste momento, volvido 1 mês de treino (8 lições), a Salsa está prestes a ser conduzida em liberdade, porque não puxa nada à trela e obedece prontamente aos comandos verbais e gestuais, circulando agora a sua dona com a trela solta sobre os ombros. Aproveitando um sapal imenso transformado em arrozais e múltiplos viveiros, com água a perder de vista, decidimos ir adiante naquela paisagem imemorial para aprimorar a cadela.
Com 500 metros andados, deparámo-nos com um bando de Flamingos, que indiferentes à nossa presença continuaram a alimentar-se descontraidamente, porque a comida não falta ali e sentem-se donos e parte daquele idílico ecossistema, ao qual emprestam uma beleza que nos parece exótica, própria de outras paragens. A Salsa não lhes deu grande importância, quiçá por ter uma capoeira bem perto do seu canil.
Apostados em regressar, ainda que nos apetecesse ficar toda a manhã naquele lugar, de tão convidativo que é, fotografámos os Flamingos à distância e retomámos o caminho de volta entre lençóis de água (doce e salgada), ladeados por valas a fervilhar de vida.
De alguma forma os adestradores são como os pais, que vêem os filhos partir quando já não dão trabalho, sucedendo o mesmo com os cães quando devidamente adestrados, só que os filhos dificilmente se separarão dos pais e só a saudade restará dos cães. Chegará a vez da Salsa - é melhor nem pensar nisso!

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