Mais de 400 Pitbulls foram
sacrificados no ano passado no Condado de Price George, no Estado de Maryland,
na fronteira com Washington DC, a segunda maior jurisdição norte-americana a
proibir a raça, e mais de 250 foram abatidos ao longo deste ano, segundo
fizeram saber as autoridades na passada Segunda-feira, dia 6 do corrente mês. No
primeiro dia de Outubro, uma multidão manifestou-se em Washington contra esta
proibição e um grupo de advogados procura agora derrubá-la, considerando-a
onerosa, ineficaz e desumana. Após um pedido formulado pelo Washington Post na
semana passada, Linda Lowe, porta-voz do Departamento do Meio Ambiente do
Condado, revelou que no ano transacto foram apreendidos 687 Pitbulls, dos quais
402 foram abatidos e 283 voltaram paras os seus proprietários ou deram entrada
em organizações de resgate, havendo ainda dois listados como mortos. Este ano e
até ao momento, 432 cães desta raça foram apreendidos, 234 foram resgatados e
258 sacrificados.
A decisão de abater estes
cães resulta de uma avaliação do seu comportamento, que inclui o exame de
agressões contra pessoas e outros cães, sendo também abatidos quando não há
interesse das organizações de resgate ou abrigos fora do Condado de Prince
George. A proibição dos Pitbulls remonta a 1997 e aplica-se também aos cães com
pelo menos 50% da raça, muito embora essa aplicação seja na prática irregular.
Em 1996, antes da aprovação da proibição em vigor, segundo George Lettis,
porta-voz do Departamento de Saúde do Condado, houve 853 ataques caninos
relados em Prince George, 108 dos quais foram da autoria de Pitbulls ou das
suas misturas (13%). Em 2010 houve 484 ataques caninos no
Condado, sendo 70 perpetrados por Pitbulls e seus mestiços (3.38%).
Para além deste ano, os dados específicos sobre as raças não estão ainda
disponíveis.
O Conselho do Condado
considera agora uma revisão do seu código de controlo de animais, no qual virá
a incluir multas mais rigorosas para os donos menos cuidadosos. Por seu lado,
os activistas dos Direitos dos Animais querem revogar a proibição como parte
dessa revisão legislativa, mas a maioria dos membros do conselho disse que isso
será improvável este ano. Resta dizer que o Condado gasta cerca de 570.000
dólares anualmente com os funcionários do controlo de animais, transporte dos
cães e seu abate. Prince George é a única jurisdição na região de Washington
que proíbe os Pitbulls.
Pelo que transcrevemos, o
justo está a pagar pelo pecador e a morte dos cães pode não ser a melhor das
soluções. Na Europa temos várias e têm-se revelado mais ou menos eficazes, só se
sacrificando os animais depois do dolo causado, o que é uma desvantagem diante
da prevenção americana. Não obstante, se o objectivo é proteger os cidadãos e como
não são só os pitbulls que mordem, não compreendo porque razão a avaliação do
comportamento canino e o exame de agressões contra pessoas e outros cães não se
estende a todas raças. Os americanos lá saberão porquê e os seus políticos ainda
melhor!
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