quarta-feira, 9 de outubro de 2019

402 MORTOS A DOIS PASSOS DE WASHINGTON DC

Mais de 400 Pitbulls foram sacrificados no ano passado no Condado de Price George, no Estado de Maryland, na fronteira com Washington DC, a segunda maior jurisdição norte-americana a proibir a raça, e mais de 250 foram abatidos ao longo deste ano, segundo fizeram saber as autoridades na passada Segunda-feira, dia 6 do corrente mês. No primeiro dia de Outubro, uma multidão manifestou-se em Washington contra esta proibição e um grupo de advogados procura agora derrubá-la, considerando-a onerosa, ineficaz e desumana. Após um pedido formulado pelo Washington Post na semana passada, Linda Lowe, porta-voz do Departamento do Meio Ambiente do Condado, revelou que no ano transacto foram apreendidos 687 Pitbulls, dos quais 402 foram abatidos e 283 voltaram paras os seus proprietários ou deram entrada em organizações de resgate, havendo ainda dois listados como mortos. Este ano e até ao momento, 432 cães desta raça foram apreendidos, 234 foram resgatados e 258 sacrificados.
A decisão de abater estes cães resulta de uma avaliação do seu comportamento, que inclui o exame de agressões contra pessoas e outros cães, sendo também abatidos quando não há interesse das organizações de resgate ou abrigos fora do Condado de Prince George. A proibição dos Pitbulls remonta a 1997 e aplica-se também aos cães com pelo menos 50% da raça, muito embora essa aplicação seja na prática irregular. Em 1996, antes da aprovação da proibição em vigor, segundo George Lettis, porta-voz do Departamento de Saúde do Condado, houve 853 ataques caninos relados em Prince George, 108 dos quais foram da autoria de Pitbulls ou das suas misturas (13%). Em 2010 houve 484 ataques caninos no Condado, sendo 70 perpetrados por Pitbulls e seus mestiços (3.38%). Para além deste ano, os dados específicos sobre as raças não estão ainda disponíveis.
O Conselho do Condado considera agora uma revisão do seu código de controlo de animais, no qual virá a incluir multas mais rigorosas para os donos menos cuidadosos. Por seu lado, os activistas dos Direitos dos Animais querem revogar a proibição como parte dessa revisão legislativa, mas a maioria dos membros do conselho disse que isso será improvável este ano. Resta dizer que o Condado gasta cerca de 570.000 dólares anualmente com os funcionários do controlo de animais, transporte dos cães e seu abate. Prince George é a única jurisdição na região de Washington que proíbe os Pitbulls.
Pelo que transcrevemos, o justo está a pagar pelo pecador e a morte dos cães pode não ser a melhor das soluções. Na Europa temos várias e têm-se revelado mais ou menos eficazes, só se sacrificando os animais depois do dolo causado, o que é uma desvantagem diante da prevenção americana. Não obstante, se o objectivo é proteger os cidadãos e como não são só os pitbulls que mordem, não compreendo porque razão a avaliação do comportamento canino e o exame de agressões contra pessoas e outros cães não se estende a todas raças. Os americanos lá saberão porquê e os seus políticos ainda melhor!

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