segunda-feira, 7 de outubro de 2019

ACERTAR O PASSO AOS MENINOS DE CORO

Já se nota que estamos em Outubro, a temperatura baixou, a humidade do ar aumentou e o sol castiga menos, condições consideradas óptimas para as actividades ao ar livre, nas quais obviamente podemos incluir o adestramento canino. Sabedores disto, fomos treinar este Sábado para o meio dos pinhais, tendo como metas a melhoria dos automatismos de imobilização e a criação de simulacros para o controlo dos cães quando se encontram dento dos seus territórios na ausência dos donos, onde naturalmente são reis e senhores, enveredando inadvertidamente pelo excesso de zelo, carregando indiscriminadamente em quem não devem. Na foto acima podemos observar o Labrador debaixo da ordem de “Quieto” e na seguinte a execução do “Senta”, figura de imobilização que exige o alinhamento dos anteriores dos cães pelas pernas dos donos.
A evolução no “junto” aconteceu tanto à trela como em liberdade e o Soneca aparece na última situação atrasado em relação ao seu condutor, somente pela ausência de estímulos capazes por parte do seu líder. Estão ambos a aprender e os homens sempre tardam na apreensão dos conteúdos de ensino quando comparados com os cães (há quem diga que são mais lerdos).
Quando é preciso dar indicações ou fazer reparos aos condutores, é melhor fazê-lo com os binómios parados, porque doutro modo, embrenhados no que estão a fazer, nada ouvirão e permanecerão no erro.
Quando assim se procede e auxiliados pela condução circular, o rendimento da classe melhora automaticamente, o pelotão escolar evolui conforme o desejado e os cães resistem menos ao cumprimento das ordens.
Se há coisas que o Soneca adora, a manga é uma delas. Na foto seguinte podemos vê-lo suspenso sem largar o acessório, convicto de que irá vencer a persistência da Svetlana, que mais uma vez valeu ao inebriado labrador.
Na foto que se segue podemos ver o Jorge a conduzir dois CPA’s, o Cruiser e o Bohr, um preto-afogueado e um lobeiro de pêlo comprido. Esta dupla condução veio na sequência de outros exercícios de sociabilização desenvolvidos com o Cruiser, que teima em agredir os outros cães quando encontra oportunidade para isso.
Visando a aceitação de terceiros no seu território, porque se encontram soltos numa oficina bastante concorrida por clientes e funcionários, sujeitámos o Land e o Cruiser a permanecerem quietos à ordem doutros condutores, rodando todos os cães por todos os condutores debaixo do mesmo subsídio de imobilização. O que acabámos de dizer é visível abaixo, estando o Land entregue aos cuidados do Afonso, o Fila Ben aos do José António e o CPA Bohr entregue à Svetlana.
Svetlana e Bohr que aparecem também na foto seguinte descontraídos para a fotografia, com os olhos fixos um no outro, o que nem sempre é fácil, porque o CPA só costuma ter olhos para o dono e vive em função dessa afeição.
Noutro ângulo vemos a grupo escolar a trabalhar o “quieto” em conjunto, cujos intervenientes são exactamente os mesmos indicados até aqui, só com uma diferença: O António, dono do Land e do Cruiser, aparece em primeiro plano.
Este Sábado tivemos um “guest star”, o Gonçalo, empregado administrativo do António a quem o Cruiser já enfiou o dente, que empenhado em levar de vencida o medo que tem pelos cães, compareceu à hora marcada nos nossos trabalhos. Na foto seguinte vemo-lo a comandar A Fila Nasha.
Com o rodar dos cães e dos lugares, o António acabou entregue ao Cruiser, que sem delongas obedeceu ao dono peremptoriamente. Nesta ocasião os condutores já se encontravam afastados dos cães 7 metros.
Para tornar incondicional o travamento, colocámos dois cães lado a lado em cada lugar. A estratégia deu resultado, nenhum cão desobedeceu e todos manifestaram-se atentos a quem sobre eles dominava.
Debaixo do propósito que atrás adiantámos, pusemos o beligerante Cruiser ao lado do irrequieto Soneca, primeiro a 3 e depois a 10 metros de distância dos seus líderes. Não resultou do exercício algo de desagradável, muito embora saibamos que o Land e Cruiser são uns autênticos meninos de coro, daqueles que se comportam bem na escola e viram demónios quando chegam a casa. Lamenta-se que o adestrador não seja omnipresente!
Na foto seguinte podemos ver o Cruiser ao lado do Bohr. Enquanto o Bohr mantém o seu ar de estarola, o Cruiser nem olha para ele, como que a fazer de conta que não está a vê-lo. Mera ilusão, porque se não houver cuidado, quando ninguém estiver por perto, breve estalarão as hostilidades.
Para melhorarmos a resposta do cão beligerante e procedendo ao exigível crescendo operativo, colocámos um cão de cada lado do Cruiser, que aparece na foto com as orelhas abatidas como resultado do reforço das ordens.
Passámos de 2 para 3 cães ao seu redor e coube ao Soneca formar na sua frente. Na foto é visível o cuidado do António e a submissão do cão, mais interessado em fugir dali do que provocar alguma confusão.
Na foto que se segue é possível ver-se parte da rotação de lugares, com o José António a conduzir o Cruiser e a Svetlana o Soneca. Se atentarmos para a folga da trela percebemos que o José António está perfeitamente à vontade e que o cão não lhe está a causa problemas.
Nesta transposição do Fila Ben é possível ver uma péssima perpendicular de aproximação efectuada pelo Afonso, que aparece de braço flectido e atrasado, literalmente à boleia do cão que se está borrifando para o seu líder eventual.
Este é o nosso José Maria, que para além de ignorar a perpendicular de aproximação, não soube ajudar a Mel na transposição, entregando-a à sua sorte como que a dizer “desenrasca-te”, dificuldades evidenciadas pelo desequilíbrio dos membros posteriores do animal.
Quando lhe coube conduzir a Nasha, o António fê-lo com naturalidade e confiança, levando a Fila a segui-lo confortavelmente por toda a parte como se fosse sua propriedade. Ambos foram captados no segundo momento da transposição, muito embora o atraso do António seja por demais evidente.
O Henrique, filho do José Maria, também compareceu aos trabalhos e pouco se deu pela sua presença, porque é menos exuberante que o seu progenitor e muito mais assertivo, pese embora a escassez das suas primaveras. Conduzia na ocasião a Cozita, uma Pitbull que não perde “um pé de dança”, mas que abomina trabalhar. Apesar das dificuldades, o infante fez das tripas coração e não desistiu.
Também coube à Svetlana conduzir o Cruiser, binómio que se entendeu às mil maravilhas. A prová-lo está a mão que primeiro segura na trela, cujos dedos se encontram abertos e dispensados de qualquer atrito.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Afonso/Nasha; António/Cruiser; Gonçalo/Nasha; Henrique/Cozita; Jorge/Land; Jorge/Soneca; José António/Ben; José Maria/Mel; Paulo/Bohr e Svetlana/Bohr.
Para a semana voltaremos com mais novidades, provavelmente num ecossistema diferente que nos proporcionará outros desafios e soluções. Boa semana de trabalho!    

Sem comentários:

Enviar um comentário