Já se nota que estamos em
Outubro, a temperatura baixou, a humidade do ar aumentou e o sol castiga menos,
condições consideradas óptimas para as actividades ao ar livre, nas quais
obviamente podemos incluir o adestramento canino. Sabedores disto, fomos
treinar este Sábado para o meio dos pinhais, tendo como metas a melhoria dos
automatismos de imobilização e a criação de simulacros para o controlo dos cães
quando se encontram dento dos seus territórios na ausência dos donos, onde
naturalmente são reis e senhores, enveredando inadvertidamente pelo excesso de
zelo, carregando indiscriminadamente em quem não devem. Na foto acima podemos
observar o Labrador debaixo da ordem de “Quieto” e na seguinte a execução do “Senta”,
figura de imobilização que exige o alinhamento dos anteriores dos cães pelas
pernas dos donos.
A evolução no “junto”
aconteceu tanto à trela como em liberdade e o Soneca aparece na última situação
atrasado em relação ao seu condutor, somente pela ausência de estímulos capazes
por parte do seu líder. Estão ambos a aprender e os homens sempre tardam na
apreensão dos conteúdos de ensino quando comparados com os cães (há quem diga
que são mais lerdos).
Quando é preciso dar
indicações ou fazer reparos aos condutores, é melhor fazê-lo com os binómios
parados, porque doutro modo, embrenhados no que estão a fazer, nada ouvirão e
permanecerão no erro.
Quando assim se procede e
auxiliados pela condução circular, o rendimento da classe melhora
automaticamente, o pelotão escolar evolui conforme o desejado e os cães
resistem menos ao cumprimento das ordens.
Se há coisas que o Soneca
adora, a manga é uma delas. Na foto seguinte podemos vê-lo suspenso sem largar o
acessório, convicto de que irá vencer a persistência da Svetlana, que mais uma
vez valeu ao inebriado labrador.
Na foto que se segue
podemos ver o Jorge a conduzir dois CPA’s, o Cruiser e o Bohr, um
preto-afogueado e um lobeiro de pêlo comprido. Esta dupla condução veio na
sequência de outros exercícios de sociabilização desenvolvidos com o Cruiser,
que teima em agredir os outros cães quando encontra oportunidade para isso.
Visando a aceitação de
terceiros no seu território, porque se encontram soltos numa oficina bastante
concorrida por clientes e funcionários, sujeitámos o Land e o Cruiser a
permanecerem quietos à ordem doutros condutores, rodando todos os cães por
todos os condutores debaixo do mesmo subsídio de imobilização. O que acabámos
de dizer é visível abaixo, estando o Land entregue aos cuidados do Afonso, o
Fila Ben aos do José António e o CPA Bohr entregue à Svetlana.
Svetlana e Bohr que
aparecem também na foto seguinte descontraídos para a fotografia, com os olhos
fixos um no outro, o que nem sempre é fácil, porque o CPA só costuma ter olhos
para o dono e vive em função dessa afeição.
Noutro ângulo vemos a
grupo escolar a trabalhar o “quieto” em conjunto, cujos intervenientes são
exactamente os mesmos indicados até aqui, só com uma diferença: O António, dono
do Land e do Cruiser, aparece em primeiro plano.
Este Sábado tivemos um “guest
star”, o Gonçalo, empregado administrativo do António a quem o Cruiser já
enfiou o dente, que empenhado em levar de vencida o medo que tem pelos cães,
compareceu à hora marcada nos nossos trabalhos. Na foto seguinte vemo-lo a
comandar A Fila Nasha.
Com o rodar dos cães e dos
lugares, o António acabou entregue ao Cruiser, que sem delongas obedeceu ao
dono peremptoriamente. Nesta ocasião os condutores já se encontravam afastados
dos cães 7 metros.
Para tornar incondicional
o travamento, colocámos dois cães lado a lado em cada lugar. A estratégia deu
resultado, nenhum cão desobedeceu e todos manifestaram-se atentos a quem sobre
eles dominava.
Debaixo do propósito que
atrás adiantámos, pusemos o beligerante Cruiser ao lado do irrequieto Soneca,
primeiro a 3 e depois a 10 metros de distância dos seus líderes. Não resultou
do exercício algo de desagradável, muito embora saibamos que o Land e Cruiser
são uns autênticos meninos de coro, daqueles que se comportam bem na escola e
viram demónios quando chegam a casa. Lamenta-se que o adestrador não seja
omnipresente!
Na foto seguinte podemos
ver o Cruiser ao lado do Bohr. Enquanto o Bohr mantém o seu ar de estarola, o
Cruiser nem olha para ele, como que a fazer de conta que não está a vê-lo. Mera
ilusão, porque se não houver cuidado, quando ninguém estiver por perto, breve
estalarão as hostilidades.
Para melhorarmos a
resposta do cão beligerante e procedendo ao exigível crescendo operativo,
colocámos um cão de cada lado do Cruiser, que aparece na foto com as orelhas abatidas
como resultado do reforço das ordens.
Passámos de 2 para 3 cães
ao seu redor e coube ao Soneca formar na sua frente. Na foto é visível o
cuidado do António e a submissão do cão, mais interessado em fugir dali do que
provocar alguma confusão.
Na foto que se segue é
possível ver-se parte da rotação de lugares, com o José António a conduzir o
Cruiser e a Svetlana o Soneca. Se atentarmos para a folga da trela percebemos
que o José António está perfeitamente à vontade e que o cão não lhe está a
causa problemas.
Nesta transposição do Fila
Ben é possível ver uma péssima perpendicular de aproximação efectuada pelo Afonso,
que aparece de braço flectido e atrasado, literalmente à boleia do cão que se
está borrifando para o seu líder eventual.
Este é o nosso José Maria,
que para além de ignorar a perpendicular de aproximação, não soube ajudar a Mel
na transposição, entregando-a à sua sorte como que a dizer “desenrasca-te”,
dificuldades evidenciadas pelo desequilíbrio dos membros posteriores do animal.
Quando lhe coube conduzir
a Nasha, o António fê-lo com naturalidade e confiança, levando a Fila a
segui-lo confortavelmente por toda a parte como se fosse sua propriedade. Ambos
foram captados no segundo momento da transposição, muito embora o atraso do
António seja por demais evidente.
O Henrique, filho do José
Maria, também compareceu aos trabalhos e pouco se deu pela sua presença, porque
é menos exuberante que o seu progenitor e muito mais assertivo, pese embora a
escassez das suas primaveras. Conduzia na ocasião a Cozita, uma Pitbull que não
perde “um pé de dança”, mas que abomina trabalhar. Apesar das dificuldades, o
infante fez das tripas coração e não desistiu.
Também coube à Svetlana
conduzir o Cruiser, binómio que se entendeu às mil maravilhas. A prová-lo está
a mão que primeiro segura na trela, cujos dedos se encontram abertos e
dispensados de qualquer atrito.
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: Afonso/Nasha; António/Cruiser; Gonçalo/Nasha;
Henrique/Cozita; Jorge/Land; Jorge/Soneca; José António/Ben; José Maria/Mel;
Paulo/Bohr e Svetlana/Bohr.
Para a semana voltaremos
com mais novidades, provavelmente num ecossistema diferente que nos proporcionará
outros desafios e soluções. Boa semana de trabalho!
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