O Zeus, o jovem Doberman
que estamos a ensinar, teve ontem um dia de treino muito preenchido,
trabalhando em dois turnos: um diurno e outro nocturno. Começou por recapitular
os comandos direccionais que havia aprendido no dia anterior, visando a sua
instalação e prontidão, executando o “à frente” e o “atrás” em escadas, para
que a sua condutora se apercebesse do seu uso/utilidade e o cachorro musculasse
em simultâneo.
Com o “à frente” já
assimilado e o “atrás” a necessitar de aperfeiçoamento, passou-se para o ensino
do “quieto”, primeiro a 3 metros de distância do animal (com a trela estendida
no chão) e depois a maiores distâncias pelo tempo julgado necessário. O
cachorro assimilou o comando sem maiores dificuldades e iremos já ver porquê,
para além de aquilatarmos do seu uso prático.
Começamos por deixar o
Doberman sentado à porta de um estabelecimento comercial, enquanto a sua dona
entrava e a procedia a pretensas compras, para que o animal se acostume a esperar
por ela quando necessário, quedo e mudo. Intencionalmente começámos por
executar esse travamento à porta fechada, pela linguagem gestual e através de
uma vidraça.
Evoluímos depois para uma
nova circunstância, agora diante de uma loja de porta aberta e com a dona mais
distante no seu interior. Também aqui o Doberman não mostrou grandes
dificuldades, permanecendo como lhe houvera sido exigido.
Como cão urbano que é,
considerando as inúmeras estradas que a urbe tem e a sua salvaguarda,
insistimos amiúde no condicionamento “alto - senta - quieto” junto às
passadeiras para peões, que ao passar a automatismo, fará com que o animal
procure essas passagens protegidas e sempre mantenha os procedimentos
correctos: parar, observar e finalmente passar, procedimento que os cães
abandonados mais curiosos aprendem por observação dos transeuntes.
A assimilação do comando
de “quieto” possibilitou-nos tirar várias fotos do Zeus junto a uma pintura de
rua. Atendendo às cores usadas naquele mural, silhueta do cachorro parecia
fazer parte daquela imagem, que mostrava um choco em frente de uma traineira e
em mar revolto.
Lembrando a coabitação
harmoniosa em sociedade que se deseja, que jamais acontecerá sem o alcance de
uma sociabilização irrepreensível, também para a fotografia, convidámos o
binómio para se integrar noutra pintura urbana, preenchendo um “boneco” ainda
por acabar.
Com a temperatura a
ultrapassar os 30 graus celsius, fomos obrigados a curtas sessões de treino e a
aumentar os momentos de supercompensação, ocasiões que foram aproveitadas para
reforçar os vínculos afectivos do binómio em treino.
No treino nocturno, agora
com a presença e colaboração do binómio Paulo/Bohr, a ênfase caiu sobre a
condução atrelada e linear, para reforço dos comandos direccionais e de imobilização
até aqui exercitados.
No final do treino, como
testemunho da hora e do local de quem trabalhou, os dois binómios foram
convidados para posar junto a um majestoso repuxo, queda de água que nada
importunou os animais, quiçá mais interessados em observar os patos
circundantes.
E assim se passou mais um
dia de trabalho na vida do Zeus, o jovem Doberman castanho, um cão que ao ser
recompensado hoje, devolverá o dobro de tudo aquilo que recebeu amanhã.
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