quarta-feira, 19 de setembro de 2018

A IGNORÂNCIA CONTINUA A MATAR!

A ignorância continuar a matar e as suas vítimas preferenciais são as pessoas mais vulneráveis e os animais, que impotentes morrem às mãos dos seus algozes por qualquer motivo, por mais insignificante que ele seja. No passado dia 9 deste mês, em SOLESMES, perto de Cambrai, no norte de França, um caçador matou a tiro o seu jovem de caça por volta das 23H20. Os residentes locais chamaram a GENDARMERIE depois de surpreendidos pelos tiros e pelos gritos.
Uma patrulha policial chegou rapidamente ao local. Os gendarmes entraram naquela casa, encontraram um indivíduo que segurava uma arma de caça e perto dele o cadáver de um cão rodeado de sangue. Quando questionado pelos polícias, o homem disse-lhes que havia deixado o cão sozinho em casa e que ao voltar o animal havia comido lenços de papel e alguma da sua roupa interior, comportamento que lhe dessagrou e que o levou a abater aquele cão. O homicida animal foi imediatamente preso e colocado sobre custódia, sendo encontradas naquela casa várias armas longas que também lhe foram apreendidas.
Apesar de nada justificar a morte deste cão, a não ser a ignorância, pelo enunciado que nos é dado pelo corpo da notícia, é possível compreender o que o levou aquele comportamento, considerando que se tratava de um indivíduo jovem que havia sido deixado sozinho em casa. Também o facto de ter rasgado as roupas mais íntimas do dono é esclarecedor, como esclarecedor é ter despedaçado os lenços de papel. Tudo leva a crer que estamos perante um caso de ansiedade de separação, depressão que afecta os cães que não forem convenientemente preparados para ficar sozinhos em casa, os demasiado mimados, ao privados de cumplicidade, os que passam horas infindas isolados e os que raramente saem à rua, que acabam por operar um sem número de destruições como manifestação da sua insatisfação ou desagrado.
Ao comer parcialmente a roupa íntima do dono, certamente impregnada com o seu odor, o cão estava a tentar identificar-se com o seu proprietário, a arranjar um espólio próprio que melhor se acomodar naquela casa e atenuar assim a solidão. A maioria dos cachorros rouba chinelos, desaparece com as meias dos donos na boca, surripia as coisas que mais usam ou aquelas a que dedicam maior atenção. Esta fase de adaptação ao lar, também descrita como instalação doméstica, tem breve duração e tende a ser vencida pelas rotinas que tornam possível a interacção entre homens e cães.
E depois, se o homem não queria que o animal lhe roesse a roupa, por que raio a deixou ao seu alcance? Tê-la-ia espalhado pela casa? É bem possível! Contudo, não deixa de ser estranho esperar-se dos cães aquilo que os seus donos não souberam ensinar-lhes! Não restam dúvidas, este caçador deverá ser exemplarmente punido, proibido de voltar a ter cães e de voltar a pegar numa arma.

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