Se o Lourenço, um menino de 5 anos, soubesse que os seus cães podiam
treinar nos seus carros, os animais dificilmente teriam descanso! Aproveitando
o facto do menino ter ido para a escola, optámos por servir-nos dos seus carros
estacionados no quintal para exercitarmos o CPA CAPO e a Bull Terrier MAGGIE (a CPA PRADA está com o cio e por enquanto não deseja outro tipo de namoros).
Como iniciámos o treino de hoje pela amanhã, com a temperatura mais
amena, decidimos dar seguimento aos saltos dos dias anteriores, evoluindo para
verticais abertas (de rede), tendo o cuidado de tapar o espaço vazio entre o
final da rede e o solo. O Capo bem depressa percebeu o que era para fazer,
muito embora a sua vontade seja por vezes pouca ou nenhuma, ainda mais agora
que as cadelas estão com cio.
Depois de vencida a rede constituída em vertical, elaborámos uma
sequência progressiva de verticais, da mais baixa para a mais alta, e o cão
venceu todas à primeira. A sua condutora experimentou algumas dificuldades no
exercício, porque invariavelmente esquecia-se de chamar o animal para “junto”
entre as transposições, ausência de correcção que obrigava o cão a saltar “pendurado
à esquerda”
O “obstáculo” que apresentava maiores dificuldades de execução era o
Jeep eléctrico, porque obrigava a um salto simultaneamente em altura e largura.
Mas como a Carla partiu determinada e na frente, o Pastor Alemão, vendo tamanha
decisão e incentivo, ultrapassou aquele brinquedo como se já estivesse
acostumado a fazê-lo.
Graças ao treino desenvolvido anteriormente sobre o Podium, o Capo já
ultrapassa com naturalidade saltos até 2 metros de extensão e elevados a 50 cm.
Certos disso, convidámo-lo para saltar um obstáculo composto por dois carros,
desafio que não estranhou e que venceu imediatamente, conforme se pode ver na
foto seguinte.
Foram cinco as razões que nos levaram a realizar este tipo de trabalho
com o cão, a saber: melhorar a sua capacidade instantânea de salto; operar o
seu desenvolvimento muscular; dotá-lo de maior resistência; melhorar os seus
ritmos vitais e prepará-lo para ultrapassar todo e qualquer obstáculo na sua
frente quando a sua salvaguarda for posta em causa. Foram também cinco as
razões que nos levaram a convidar a condutora para este esforço: o
fortalecimento da liderança; a introdução à técnica de condução; a gestão
acertada do esforço animal; a correcta aplicação dos comandos verbais e a
melhoria dos seus índices atléticos.
O aumento da temperatura ditou o final do treino e demos por bem
empregue o tempo que dispensámos a este binómio que, vitória após vitória, está
a transformar-se numa equipa de eleição, evolução que não se pode dissociar
da forte cumplicidade havida entre a dona e o cão, na relação óptima entre tratamento e treino.
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