quarta-feira, 26 de setembro de 2018

DESCOBERTO PRIMO JAPONÊS DO LOBINHO FOSSILIZADO DE KLONDIKE/YUKON

O conteúdo científico deste artigo foi tirado da revista SCIENCE, na sua edição de ontem. Vamos falar de um lobo nipónico que outrora vivia nas montanhas da ILHA de HONSHU, entendido no folclore local como um espírito da floresta e homenageado em santuários, porque os seus uivos denunciavam a presença de invasores, mormente javalis. Um animal extinto no princípio do Séc. XX (o último morreu em 1905), devido à raiva que assolou os lobos no Séc. XIX, numa combinação entre a introdução da doença e a irradicação orquestrada, já que os agricultores locais tanto abatiam como envenenavam os lobos.
Quanto ao LOBO-DE-HONSHU, espécie considerada diferente do canis lupus por alguns especialistas, que lhe atribuíram a designação de CANIS HODOPHILAX, sabe-se que era pardo, que tinha hábitos solitários e que só procurava outro espécime durante a reprodução, que tinha orelhas curtas e parecidas com as do AKITA INU, era rectangular, pesava em média 8 kg, media 70 cm de comprimento, 36 cm de altura e que a sua cauda tinha 30 cm de comprimento. Suspeita-se que tenha surgido de uma mutuação a que o nanismo foi alheio.
Hoje só se vêem alguns destes lobos empalhados em museus, como é o caso do exemplar que encabeça este artigo. No entanto estes lobos foram os representantes de uma era mais selvagem, conforme descobriu surpreso o estudante de pós-graduação JONAS NIEMANN, da UNIVERSIDADE DE COPENHAGA, quando ele e os colegas analisaram o genoma de um esqueleto de Lobo-de-Honshu no MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL DE LONDRES.
Ao fazê-lo, descobriram que aquele lobo parecia ser um remanescente de um antigo grupo de lobos que percorreu o Hemisfério Norte até há 20.000 atrás. O seu DNA assemelhava-se mais com o de um lobo extinto na Sibéria há mais de 35 mil anos do que com os lobos eurasianos e americanos vivos, segundo relatou Niemann no SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ARQUEOLOGIA BIOMECULAR, que teve lugar na última Sexta-feira.
A maioria dos antigos lobos foi extinta quando as camadas de gelo que cobriam o Hemisfério Norte começaram a derreter há mais de 20.000 anos atrás e os grandes mamíferos caçados pelos lobos morreram, como foi o caso do Mamute. Contudo, parte do seu DNA vivia no Lobo-de-Honshu, o que poderá abrir uma nova janela na evolução dos lobos e também dos cães, segundo afirmou o paleogeneticista MIKKEL SINDING, do INSTITUTO DE RECURSOS NATURAIS DA GRONELÂNDIA em NUUK, o mesmo que extraiu o DNA.
Cada vez estamos mais perto de comprovar e compreender a cadeia evolucionária das espécies, apesar da humana ainda encerrar alguns segredos por desvendar. Aguardam-se novos contributos e descobertas na sede que temos de compreender. É possível que o lobo-de-Honshu seja aparentado com o que foi encontrado fossilizado em Klondike, no território de Yukon /Canadá.

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