quarta-feira, 26 de setembro de 2018

POR QUEM TEMOS MAIOR EMPATIA: PELOS CÃES OU PELAS PESSOAS?

Na sua edição de ontem, a MENTAL FLOSS, empresa norte-americana de media digital, divulgou um estudo levado a cabo por pesquisadores da NORTHWESTERN UNIVERSITY, universidade privada localizada em Evanston/Illinois/USA, para avaliar com quem os seres humanos se preocupam mais: se com as pessoas em apuros ou com os cães em idêntica situação. Este estudo já havia sido publicado no início deste ano na revista SOCIETY & ANIMALS.
Para avaliar se as pessoas estavam mais preocupadas com os cães do que com outros Homo Sapiens, os pesquisadores reuniram 240 estudantes com idades compreendidas entre os 18 e os 23 anos e deram-lhes uma série de reportagens fictícias sobre um ataque sem sentido. Em todas as histórias a vítima era atingida com um taco de baseball, sofria uma fractura na perna, várias lacerações e tinha sido encontrada inconsciente pelos socorristas.
Enquanto esses detalhes permaneciam consistentes, os pesquisadores randomizaram o texto para que nele fossem mencionadas quatro vítimas: um adulto, um bebé de um ano de idade, um cão com 6 anos de idade e um cachorrinho. Os cientistas ao fazerem isto suspeitavam que a idade das vítimas e não a sua espécie, ao sugerir um maior grau de vulnerabilidade, determinaria a maior empatia dos participantes. Valendo-se de perguntas para medir os níveis de empatia, numa escala numérica de 7 (pouca empatia) a 112 (muita empatia), os autores do estudos questionaram os participantes sobre como se sentiam em relação a cada uma das vítimas.
Os participantes sentiram-se mais afectados com os ataques ao bebé, depois com os do cachorro e os do cão. O humano adulto, apesar do seu caso ter sido considerado trágico, foi o que alcançou menor pontuação, o que levou os pesquisadores à seguinte conclusão: “que a idade das pessoas desperta diferentes empatias nas vítimas humanas, mas não nas vítimas caninas”. Os participantes do sexo feminino, que compunham quase ¾ do grupo de estudo, mostraram maior simpatia por todas as vítimas que os seus colegas do sexo masculino. Os autores deste estudo dizem que os resultados foram em parte confirmados pelo desamparo percebido das vítimas, independentemente de serem cachorros ou crianças, indiciando claramente que nos preocupamos de igual modo com cachorros e bebés?!
Eu não sei quem está certo ou errado e como cada vez é mais difícil fazer juízo de valores, lançamos o tema à reflexão dos nossos leitores. Valerá um homem menos do que um cão? Haverá quem diga que sim e também quem diga que não. Porém, duma coisa não tenho dúvidas: vendo um homem e um cão em idêntica aflição correrei para o primeiro sem nenhuma hesitação e espero que me façam o mesmo, apesar de não ter muita certeza disso!

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