Os alemães são conhecidos por terem regras para tudo, e de tal maneira
as têm, que chegados à aposentadoria e cansados de obrigações, rumam para os
países do sul, avessos às regras que dizem respeitar e que tradicionalmente
cultuam o individualismo, locais excelentes para se morrer em paz (descansado).
Por causa disto é comum ouvirmos de tugas emigrados em terras teutónicas que a Alemanha
é um país bom para se trabalhar e mau para se viver!
Na cidade de BERGNEUSTADT, pertencente ao Oberbergischer Kreis,
distrito administrativo da Renânia do Norte-Vestefália, em Koln (Colónia) e ao
Conselho Regional da Renânia/Alemanha, o principal comité do seu Conselho aprovou
por unanimidade um novo tarifário relativo aos “cães perigosos” e aos comuns,
visando um duplo objectivo: dissuadir a aquisição de cães considerados
perigosos e reverter as receitas desse licenciamento para o abrigo de animais KOPPELWEIDE.
Assim, e começando pelo
tarifário dos CÃES
PERIGOSOS, um cão custará anualmente 660€,
dois custarão 840€ e
de três em diante 960€,
isto se o seu proprietário for o mesmo. O novo tarifário a aplicar aos cães
considerados NÃO
PERIGOSOS, quando do mesmo dono, passou a ser de 96€ para um cão, 120€ para dois e 144€ de 3 em diante, o
que equivale a dizer que a licença de um Pitbull ou de um Rottweiler custa sete
vezes mais do que a cobrada por um Dachshund!
E por falar em Pitbulls e Dachshunds, para quem tem curiosidade em saber
no que daria um cruzamento entre ambos, mostramos na foto seguinte um híbrido destes,
um animal cuja morfologia não deixa de causar estranheza, maior até do que
aquela que alguém sente quanto vê um Dachshund pela primeira vez.
Quando dissemos no segundo parágrafo que o dinheiro dos licenciamentos
ia para o abrigo de Koppelweide, não faltámos a verdade, muito embora a
contribuição urbana para esse abrigo vá para além dessa verba.
A relação entre a autarquia e o abrigo de animais é inteligente e
viável, porque a edilidade de Bergneustadt ao financiar o abrigo diminui os
seus gastos em instalações, pessoal, seguros, manutenção, etc., e o último vê
garantidas a sua subsistência e actividade, pelo que a equipa do BÜRGERMEISTER
WILFRIED HOLBERG (na foto
seguinte) está de parabéns, ao provar que há parcerias público-privadas que
funcionam.
A solução encontrada em Bergneustadt não é única na Alemanha e é viável
em Portugal. Pergunta-se: Terá algum sentido manter canis municipais onde
existam vários abrigos de animais em situação económica difícil? Ao ajudar os
abrigos, que contam com o trabalho voluntário dos seus associados, as Câmaras
não poupariam dinheiro? Não é só o Estado que está carenciado de reforma, as
autarquias também, porque os seus modelos estão caducos e são demasiado
dispendiosos, ao ponto de se tornarem incomportáveis. Só novas regras poderão
vencer a falência herdada de velhas tradições. E, regras por regras, nesta
matéria, as dos alemães não são más - funcionam!
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