sábado, 15 de setembro de 2018

BERGNEUSTADT: UMA SOLUÇÃO INTELIGENTE

Os alemães são conhecidos por terem regras para tudo, e de tal maneira as têm, que chegados à aposentadoria e cansados de obrigações, rumam para os países do sul, avessos às regras que dizem respeitar e que tradicionalmente cultuam o individualismo, locais excelentes para se morrer em paz (descansado). Por causa disto é comum ouvirmos de tugas emigrados em terras teutónicas que a Alemanha é um país bom para se trabalhar e mau para se viver!
Na cidade de BERGNEUSTADT, pertencente ao Oberbergischer Kreis, distrito administrativo da Renânia do Norte-Vestefália, em Koln (Colónia) e ao Conselho Regional da Renânia/Alemanha, o principal comité do seu Conselho aprovou por unanimidade um novo tarifário relativo aos “cães perigosos” e aos comuns, visando um duplo objectivo: dissuadir a aquisição de cães considerados perigosos e reverter as receitas desse licenciamento para o abrigo de animais KOPPELWEIDE.
Assim, e começando pelo tarifário dos CÃES PERIGOSOS, um cão custará anualmente 660€, dois custarão 840€ e de três em diante 960€, isto se o seu proprietário for o mesmo. O novo tarifário a aplicar aos cães considerados NÃO PERIGOSOS, quando do mesmo dono, passou a ser de 96€ para um cão, 120€ para dois e 144€ de 3 em diante, o que equivale a dizer que a licença de um Pitbull ou de um Rottweiler custa sete vezes mais do que a cobrada por um Dachshund!
E por falar em Pitbulls e Dachshunds, para quem tem curiosidade em saber no que daria um cruzamento entre ambos, mostramos na foto seguinte um híbrido destes, um animal cuja morfologia não deixa de causar estranheza, maior até do que aquela que alguém sente quanto vê um Dachshund pela primeira vez.
Quando dissemos no segundo parágrafo que o dinheiro dos licenciamentos ia para o abrigo de Koppelweide, não faltámos a verdade, muito embora a contribuição urbana para esse abrigo vá para além dessa verba.
A relação entre a autarquia e o abrigo de animais é inteligente e viável, porque a edilidade de Bergneustadt ao financiar o abrigo diminui os seus gastos em instalações, pessoal, seguros, manutenção, etc., e o último vê garantidas a sua subsistência e actividade, pelo que a equipa do BÜRGERMEISTER WILFRIED HOLBERG (na foto seguinte) está de parabéns, ao provar que há parcerias público-privadas que funcionam.
A solução encontrada em Bergneustadt não é única na Alemanha e é viável em Portugal. Pergunta-se: Terá algum sentido manter canis municipais onde existam vários abrigos de animais em situação económica difícil? Ao ajudar os abrigos, que contam com o trabalho voluntário dos seus associados, as Câmaras não poupariam dinheiro? Não é só o Estado que está carenciado de reforma, as autarquias também, porque os seus modelos estão caducos e são demasiado dispendiosos, ao ponto de se tornarem incomportáveis. Só novas regras poderão vencer a falência herdada de velhas tradições. E, regras por regras, nesta matéria, as dos alemães não são más - funcionam!

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