domingo, 30 de setembro de 2018

II - TODOS COLABORARAM E NINGUÉM SAIU A PERDER

Ao fechar da edição do dia de hoje, quando já não o esperávamos, as fotos do nosso repórter fotográfico JMD chegaram. Na foto acima podemos ver a passagem do ZEUS por um túnel humano (vale a pena reparar no empenho da SVETLANA. Na foto abaixo podemos ver o CPA BOHR a alcançar um larápio em fuga, aqui representado pelo AFONSO MENDONÇA.
Na foto seguinte podemos ver o binómio PAULO/BOHR a ultrapassar um Exel humano constituído pelos Manos Mendonça e pela Svetlana. A dificuldade na transposição não estava na altura a transpor, mas no declive da saída do obstáculo humano.
Como o Polo adormeceu e a mãe viu-se obrigada a substituí-lo, podemos ver a esmerada matriarca a conduzir o PACO na subida para os marcos de pedra. Apesar da sua falta de técnica e de prática, esta senhora trabalhou com afinco e alto espírito de camaradagem.
O TOMÁS MENDONÇA ajudou-nos imenso, tanto a conduzir como a fugir aos cães, apesar da sua experiência ser quase nula. Mas com boa vontade e espírito de sacrifício tudo venceu. Na foto abaixo podemos vê-lo empenhado numa fuga com o BOHR à perna.
O PAULO funcionou e bem como Fila-guia, tomando a dianteira da classe escolar e exemplificando o que havia para fazer. Vemo-lo abaixo a executar os blocos de pedra com segurança, destreza técnica e galhardia. O BOHR levou tudo de vencida e adorou a ida ao Campo.
Mais detalhes sobre o trabalho desenvolvido, os binómios presentes e os colaboradores envolvidos, podem ser lidos na primeira rubrica de “TODOS COLABORARAM E NINGUÉM SAIU A PERDER”, 3 artigos depois deste. Boa noite!

OS CÃES EM INGLATERRA DEVEM ESTAR LOUCOS

Ao ler o MIRROR on-line, lembrei-me de uma exclamação em inglês: UNBELIEVABLE! Parece mentira mas é verdade: de Abril do ano passado até ao mesmo mês deste ano, o número de PESSOAS ATACADAS POR CÃES EM INGLATERRA ASCENDEU ÀS 8.014 VÍTIMAS, o que significa que DIARIAMENTE QUASE 22 PESSOAS RECEBERAM TRATAMENTO HOSPITALAR por terem sido atacadas por cães, apesar das penalidades para os donos irresponsáveis terem sido agravadas em 2016, que colocaram a sentença mínima de seis anos de prisão pela morte causada por um cão. Das 8.014 vítimas atrás citadas, 1.500 ERAM CRIANÇAS, 527 ERAM CRIANÇAS QUE TINHAM APRENDIDO A ANDAR RECENTEMENTE e 42 ERAM BEBÉS!
Este aumento de ataques caninos foi 600% superior ao acontecido no ano anterior e 27% maior do que o ocorrido em 2012/2013. SEAN WENSLEY da PSDA (The People's Dispensary for Sick Animals), diz que a lei actualmente ali em vigor (DANGEROUS DOGS ACT) não é eficaz na prevenção dos ataques, porque se concentra apenas num pequeno número de raças. Declarou ainda que os ataques vêm de toda a gama de raças, que qualquer raça canina pode ser agressiva sem treino adequado ou se tiver tido experiências ruins no início de vida. Mais, que o foco deverá recair sobre a educação. Perante os números e estas declarações vale a pena perguntar: Só agora é que deram por isso? E mais não digo!

DOIS CÃES PELA PAZ

De acordo com a REUTERS, ciando fontes sul-coreanas, o líder da coreia do Norte, KING JONG UN, ao enviou como presente ao presidente sul-coreano, MOON JAE, DOIS CÃES PUNGSAN brancos da Coreia do Norte como recente sinal do degelo entre as duas partes daquele país dividido. Os cães passaram pela zona desmilitarizada fortificada (DZM) e pela aldeia de trégua de PANMUNJON (na foto seguinte) na Coreia do Sul, na última Quinta-feira.
Segundo adiantou a presidência sul-coreana, num comunicado de Domingo, a ideia dos presentes caninos surgiu na última reunião, que se realizou em meados deste mês entre os dois líderes em PYONGYANG. Como o presidente MOON é amante de animais, os dois cães irão viver com o “PRIMEIRO CÃO DA COREIA DO SUL, TORI, que se tornou o primeiro cão de abrigo a instalar-se no complexo presidencial sul-coreano, dando ali entrada em Julho do ano passado, dois meses após a investidura do seu dono.
Não é a primeira vez que um líder norte-coreano envia um par de cães Pungsan para um líder sul-coreano. Em 2002, o falecido líder da Coreia do Norte, KIN JONG IL, pai de KIM JONG UN, enviou também dois ao seu hómologo do Sul, KIM DAE-JUNG, aquando da realização do primeiro encontro entre os dois países.
O cão de Pungsan, que é o cão nacional da Coreia, é um spitz maioritariamente branco, curioso, leal, destemido, territorial, versátil  e um valente caçador, capaz de enfrentar presas de envergadura superior à sua. Mede entre 53 e 61 centímetros e pesa entre os 21 e os 31 kg.
Apesar de ser um guardião de créditos firmados, tem vindo a ser sistematicamente usado para fins militares (cão de guerra). O seu nome adveio-lhe do condado donde é originário. Queira Deus que este presente contribua para a paz na região e no mundo.

NÓS POR CÁ: ELA SIM; ELE NÃO!

Neste pequeno país de muitas tricas partidárias e de pouca obra realizada, com uma dívida externa que dava para fazer três países iguais, as novidades são poucas e a maioria vem do exterior. Esta Pátria outrora descrita como de brandos costumes, talvez para aumentar o seu desassossego, já tem um canal televisivo do tipo ”mata, esfola”, onde diariamente jorram crimes acabados de fazer. Ainda que o roubo do material militar acontecido em Tancos mereça algum destaque, o protagonismo vai para o assassínio do triatleta de Cachoeiras, Vila Franca de Xira, ao que parece abatido a tiro pelo conluio “esposa-amante”, depois de ter levado uma valente pancada na cabeça. Certo é que os presumíveis homicidas receberam, depois de ouvidos por um juiz, prisão preventiva como medida de coacção. E como o assunto virou ordem do dia, por todos os cantos se ouve: “Ela sim, foi ela que matou o marido com a ajuda do amante!”
Se porventura houver uma República Federativa Brasileira no Hemisfério Norte, o seu lugar será certamente em Portugal, atendendo ao número de brasileiros que aqui vive e trabalha, graças à facilidade estendida pela língua comum. Primeiro vieram os futebolistas, depois os dentistas, seguiram-se os trabalhadores não-qualificados e agora são os ricos que aqui compram casa. Num raio de 30 km das grandes cidades, nas estâncias turístico-balneares e nas sedes concelhias, também na indústria da noite, já não se estranha ouvir português do Brasil, porque a empregada do bar ou café  veio das Terras de Vera Cruz, como veio a esteticista, a cabeleireira, o trabalhador de construção civil, o repositor de supermercados, o curandeiro, o empregado de mesa, a mulher da limpeza e um sem número de indivíduos espalhados pelas mais diversas profissões, inclusive algumas infelizmente menos recomendáveis. Algumas brasileiras, valendo-se dos seus dons naturais, acabam por dar caça aos “portugas” necessitados de uma experiência revigorante e libertadora, sendo causa de muito divórcio, separação e de muito filho de pai velho.
Com tamanha aglomeração de brasileiros e com o amor que os liga à sua terra, é natural que tudo o que acontece no Brasil tenha aqui alguma repercussão e seja objecto de notícia. Ontem nas cidades de Lisboa e do Porto, as duas maiores de Portugal, a brasileirada saiu à rua e juntou-se às centenas para protestar contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, debaixo do slogan “ELE NÃO!” Estes manifestantes, na sua maioria mulheres, não pouparam adjectivos pejorativos e por demais ofensivos ao candidato em questão, qualificando-o como se fosse o mais vil dos homens. Como seria de esperar, não comentamos o que acontece na casa dos outros, a menos que o seu exemplo nos traga alguma vantagem ou importante lição. Ao que parece, a opinião pública brasileira encontra-se dividida entre dois extremos inconciliáveis que há muito se digladiam.
Deseja-se que o acto eleitoral brasileiro decorra debaixo do maior civismo e tranquilidade, que tanto os candidatos como o povo respeitem os resultados eleitorais – o Brasil merece!
PS: O actual fluxo migratório do Brasil para Portugal sucede, ainda que mais tarde, ao fluxo migratório no sentido inverso que ocorreu durante séculos.  

TODOS COLABORARAM E NINGUÉM SAIU A PERDER!

Ontem fomos mais uma vez para a serra e o tempo não atrapalhou o desenrolar do treino. Ali trabalhámos sobre o espelho de solo, fizemos saltos sobre obstáculos humanos, sobre blocos de 40x40cm e operámos perseguições em terreno íngreme, duro e irregular. A ênfase maior foi dada à subida e descida de escarpas, não tanto como endurance, mas como modo de fixação dos comandos de “à frente” e “atrás”. Na foto abaixo podemos ver o CPA BOHR em pleno esforço para ajudar o dono a vencer a escarpa.
Diante da ausência do Polo, que adormeceu e não acordou a tempo para o treino, falha que não é nosso hábito tolerar, pedimos a colaboração do TOMÁS MENDONÇA para conduzir este cão nos exercícios mais árduos, já que a mãe do menino sonolento teria dificuldades em executá-los, podendo inclusive colocar em causa a sua integridade. Na foto que se segue é possível ver a determinação deste binómio extraordinário.
A SEVETLANA e o ZEUS não apresentaram grandes dificuldades nos exercícios propostos, porque são ambos jovens e como tal, desejosos de aprender. O Zeus mostrou-se mais à vontade a descer do que a subir, predilecção que é reveladora do seu carácter. Não obstante, podemos vê-lo a rebocar a sua condutora de modo deliberado e confiante, disposição que despertou pela experiência feliz e pela da mecanicidade das acções.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: PAULO/BOHR, SVETLANA/ZEUS e TOMÁS/PACO. Nas múltiplas actividades que desenvolvemos contámos ainda com a colaboração do JOÃO e do TOMÁS MENDONÇA, ambos como fotógrafos, ainda que do primeiro não nos tenha chegado qualquer foto.
Para a semana retomaremos os trabalhos no exterior, neste Outono tão quente como foi o Verão, o que continuará a obrigar-nos a trabalhar logo pela manhã. Continuação de bom fim-de-semana, são os nossos votos.

DA AUSTRÁLIA E EM FORÇA!

Normalmente temos poucos leitores da longínqua Austrália, este é inclusive o país da Commonwealth de hegemonia europeia que menos visitantes nos dá (bem atrás da Nova Zelândia), apesar de acompanharmos a par e passo tudo que por lá se passa em matéria de cães. Ontem, não sabemos precisar bem porquê, o comum par quinzenal de visitantes australianos deu lugar a 14 leitores, aumento inesperado que muito nos alegrou. Oxalá este número de visitas australianas se multiplique por muitas mais, porque somos ávidos de notícias e carentes de intercâmbio. Esperamos, outra coisa não seria de esperar, continuar a merecer o interesse dos nossos leitores estrangeiros, cujo número a cada dia se agiganta.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

VÍDEO DA SEMANA: O BURRO QUE DAVA AS HORAS CERTAS

Desta vez não vamos falar de cães, mas de um burro que sempre dava as horas certas. Para saber como click em https://www.youtube.com/watch?v=fNl22bWVGrA . Bom fim-de-semana.

HÁ GENTE MUITO DISTRAÍDA!

Ultimamente tenho andado a fazer as pazes com a língua francesa, língua que adorava e que entrou em desuso, desaparecimento que quase me levava catorze anos de estudo. Apostado em reavivar o que aprendi, comecei a ouvir notícias, a ler jornais e a ver filmes em francês, terapia que passado pouco tempo deu o resultado esperado. Quando adolescente e aluno do liceu, como complemento ao que ia aprendendo, tinha por hábito pedir as edições atrasadas do “Le Fígaro” a uma família francesa, gente que morava na minha frente e que religiosamente passava o Verão em Portugal. Ontem fui à procura deste jornal na Internet e deparei-me com uma notícia insólita.
No mês passado, o TRIBUNAL DE MONTAUBAN, do Departamento de TARN-ET-GARONNE, condenou um casal a uma multa de 300€ por ter arrastado “acidentalmente” como seu automóvel uma jovem Pinscher de dois anos que lhe pertencia durante 25 km, entre Grisolles e Montauban. Percorrida essa distância, ao inteirarem-se do sucedido, lançaram o cadáver da pequena cadela ao RIO TARN para ocultar o acontecido, que sucedeu no passado mês de Fevereiro. A decisão do tribunal não satisfez as associações de bem-estar animais locais, que pretendem apelar da sentença. Como a tese de acidente prevaleceu sobre a dos maus-tratos infligidos a um animal, os réus foram apenas condenados por se livrarem do cadáver da cadelinha no rio.
O que levaria a tamanho esquecimento e distracção? Lá para as margens do Tarn dizem que foi o álcool e nós acreditamos que sim! De outro modo, como é que alguém se poderia esquecer de um cachorrinho preso na traseira dum carro, arrancar com o veículo e só dar pela falta do animal 25 km mais à frente? Estamos em crer que, na ocasião do sucedido, a pessoa que ia a conduzir não foi sujeita ao teste de alcoolemia, porque se fosse, certamente responderia por mais crimes.

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos ficou assim ordenado:
1º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015  
2º _ A CURVA DE CRESCIMENTO DAS DIVERSAS LINHAS DO PASTOR ALEMÃO, editado em 29/08/2013
3º _ HÍBRIDO DE CHOW-CHOW/PASTOR ALEMÃO: MÁQUINA OU DESASTRE?, editado em 12/05/2016
4º _ O CÃO LOBEIRO: UM SILVESTRE ENTRE NÓS, editado em 26/10/2009
5º _ O REGRESSO DO POLO E DO PACO, editado em 22/09/2018
6º _ PASTOR ALEMÃO X MALINOIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS, editado em 25/06/2011
7º _ PARA QUE NÃO MORRA QUEIMADO, editado em 26/09/2018
8º _ IAIN BOOTH, O USO EXCESSIVO DO SMARTPHONE E OS CÃES, editado em 25/09/2018
9º _ UM LOBINHO COM 50.000 ANOS, editado em 23/09/2018
10º _  DOBERMANN: O CÃO QUE É MENOS DO QUE SE SUPÕE E MAIS DO QUE SE IMAGINA, editado em 06/03/2016

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país obedeceu à seguinte ordem:
1º Brasil, 2º Portugal, 3º Estados Unidos, 4º Reino Unido, 5º Região Desconhecida, 6º Alemanha, 7º Espanha, 8º França, 9º Rússia e 10º Angola.

DÊ-LHE O NOME QUE ENTENDER!

Recebemos um email de um leitor que julgamos ser brasileiro, missiva que vamos agora divulgar: “Boa noite, li a reportagem no seu blog sobre o cão híbrido do cruzamento de pastor alemão com rottweiler, gostaria de saber qual nome é dado a essa nova raça, pois me interesso e adquirir um exemplar assim. Desde já agradeço a atenção! (…)”. Esta correspondência veio como resposta ao texto “OS FALSOS PASTORES ALEMÃES”, editado em 24 de Fevereiro de 2015, texto que é o mais lido deste blogue com 15.048 visitas até este momento, apesar de só ter sido publicado seis anos depois do início desta publicação.
Passamos de imediato à resposta da pergunta que nos foi feita. Caro leitor, desconheço qual o nome dado em português de Portugal ao híbrido resultante do cruzamento entre o Pastor Alemão e o Rottweiler, e desconheço-o por duas razões: porque não existem por cá muitos e a presença do Rottweiler na sua construção não convém ser revelada, porquanto o molosso alemão encontra-se indexado à lista dos cães considerados perigosos. Não obstante e querendo-lhe valer de algum modo, adianto-lhe os nomes internacionais que comummente lhe são atribuídos, são eles (por ordem alfabética): SHEPARD ROTTWEILER, SHEPWEILER, ROTTWEILER SHEPARD e ROTTEN SHEPARD. Como é óbvio, nada impede que lhe atribua o nome que entender.
Mais importante que o nome, é ser-se responsável por um cão assim, simultaneamente inteligente, disponível, intrépido, dissimulado, zeloso do que é seu, extraordinariamente forte, com grande força de mordedura e letal, que atendendo ao particular desta mistura lupino-molosso, não é um animal para principiantes e muito menos para quem está de bem com a vida, não vá dar-se o caso de se “virar o feitiço contra o feiticeiro”, o que atendendo ao bem alheio não seria mau de todo. Com isto não estou a pôr em causa a sua experiência e liderança, somente a alertá-lo para os riscos de ter um cão assim, conforme é meu dever diante da sociedade que respeito e onde me insiro, que me abriga e protege.
Espero ter-lhe sido útil e agradeço-lhe o contacto. Sempre que possível estaremos ao seu dispor e endereçamos-lhe desde já votos de saúde, bons empreendimentos e felicidade.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

MIERDAS ESPAÑOLAS, PECADOS NOSSOS

Sempre ouvi dizer e ninguém até hoje o desmentiu, que os Vândalos foram obrigados a sair da Península Ibérica e que rumaram ao Norte de África. Mas, atendendo a certas práticas cruéis que vitimam galgos e podencos em território espanhol, sou obrigado a não dar crédito ao que sempre me disseram. Muitos destes cães, finda a época da caça à lebre, quiçá por não serem considerados animais de estimação, acabam martirizados de vários modos: abandonados, atropelados, arrastados por viaturas, de ossos quebrados, enforcados em árvores, jogados em poços, queimados vivos, mortos à fome, envenenados e até injectados com lixívia, brutalidade que é alheia à esmagadora maioria dos povos peninsulares, mas que a todos envergonha, porque tendencialmente somos todos colocados dentro do mesmo saco pelos restantes europeus. Finalmente, no dia 1 de Fevereiro deste ano, catorze anos depois da França, a Espanha assinou a CONVENÇÃO EUROPEIA SOBRE BEM-ESTAR ANIMAL, que sujeita os 47 estados membros do Conselho da Europa à sua observação.
Em França, no Departamento da ALTA SABOIA, em HAUTEVILLE-SUR-FIER, todos os anos chegam dezenas de galgos espanhóis que encontram refúgio na ASSOCIAÇÃO LÉVRIERS 74, em cuja origem se encontra BÉATRICE BOUVIER, que a fundou há 8 anos atrás e que desde daí não pára de resgatar cães provenientes da Andaluzia, uma verdadeira “nuestra señora de y para los galgos españoles”, porquanto continua a insistir em dar-lhes uma segunda chance, ao recolhê-los, tratá-los e proceder à sua adopção.
Seus já tem vários e todos de origem andaluza. Desde 2010 já adoptou quase 400 galgos e podencos, a sua associação trabalha em conjunto com dois refúgios no sul de Espanha, um dos quais cuida de 250 a 300 cães. Os dois abrigos mandam-lhe os seus exemplares mais fracos, acompanhados dos seus documentos actualizados (passaporte e vacinas) e observados por um veterinário 48 horas antes da sua viagem através dos Pirinéus e da França, até chegar a Hauteville-sur-Fier. O último cão que lhe chegou às mãos foi uma cadelinha podenca (na foto seguinte), com 1 ano de idade, muito submissa, que se negava a comer, a quem foi posto o nome de BRISA e que viajou da Península Ibérica até à Alta Saboia. 
Estes cães resgatados são, na boca de quem os recolhe, trata e recupera, extraordinariamente “fofinhos e calmos”. Para além disso, como animais de matilha e acostumados a viver nela, adaptam-se muito bem aos outros cães, constituindo com facilidade matilhas heterogéneas. Os malfadados galgos espanhóis, agora transformados em radiantes lévriers français, por terem o pêlo raso, irão necessitar de casacos para o rigoroso Inverno francês, ainda mais na Alta Sabóia com os Alpes ali ao lado.  

A HOMENAGEM QUE FALTAVA

A Câmara Municipal de Paris, depois de ter rejeitado a proposta apresentada no passado mês de Julho, aprovou nesta Quarta-feira e por unanimidade, a criação de um grupo de trabalho para implementar a CONSTRUÇÃO DE UMA ESTELA (1) na capital francesa com uma placa dedicada às VÍTIMAS ANIMAIS DE TODAS AS GUERRAS - “vítimas de conflito”. Este desejo, foi primeiro reivindicado pela PARIS ZOOPOLIS ANIMAIS, associação que pugna pelos direitos e bem-estar dos animais. O referido monumento pretende honrar os “11 milhões de cavalos, burros e mulas mortos, assim como as centenas de cães e pombos abatidos, no ano em que se celebra o CENTENÁRIO DO ARMISTÍCIO DA I GUERRA MUNDIAL, que aconteceu a 11 de Novembro de 1918.
Pesquisas recentes sobre a guerra mostraram que os animais foram particularmente afectados neste conflito. Durante a aprovação do referido monumento, foram várias as pessoas que se manifestaram, entre elas JACQUES BOUTAULT, Prefeito do 2º Distrito e membro do Partido dos Verdes (EELV), que realçou a importante participação dos cavalos para a vitória da França. A Conselheira de Paris, DANNIELE SIMONNET, do LFI, disse ainda a propósito: “É importante tomar consciência deste sofrimento animal e isso exige este reconhecimento". A homenagem tardou, mas chegou e é bem merecida!
(1)ESTELA – coluna monolítica (feita de uma só pedra) ou pedra comemorativa destinada a ter uma inscrição (como é o caso).

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

TODAY IS NOT INDEPENDENCE DAY NOR THANKSGIVING DAY, BUT IT SEEMS!

Os leitores norte-americanos constituem o nosso 3º maior grupo de leitores, logo após os brasileiros e antes dos russos. Neste momento o seu número ascende aos 22.485 visitantes e tem tendência para subir. Hoje parecia o INDEPENDENCE DAY ou o THANKSGIVING DAY no nosso blogue, porque até ao momento, são 21H59, já tivemos 118 visitas dos States. Felicita-se a procura, procuramos o intercâmbio, queremos manter o interesse e esperamos novas visitas.

DESCOBERTO PRIMO JAPONÊS DO LOBINHO FOSSILIZADO DE KLONDIKE/YUKON

O conteúdo científico deste artigo foi tirado da revista SCIENCE, na sua edição de ontem. Vamos falar de um lobo nipónico que outrora vivia nas montanhas da ILHA de HONSHU, entendido no folclore local como um espírito da floresta e homenageado em santuários, porque os seus uivos denunciavam a presença de invasores, mormente javalis. Um animal extinto no princípio do Séc. XX (o último morreu em 1905), devido à raiva que assolou os lobos no Séc. XIX, numa combinação entre a introdução da doença e a irradicação orquestrada, já que os agricultores locais tanto abatiam como envenenavam os lobos.
Quanto ao LOBO-DE-HONSHU, espécie considerada diferente do canis lupus por alguns especialistas, que lhe atribuíram a designação de CANIS HODOPHILAX, sabe-se que era pardo, que tinha hábitos solitários e que só procurava outro espécime durante a reprodução, que tinha orelhas curtas e parecidas com as do AKITA INU, era rectangular, pesava em média 8 kg, media 70 cm de comprimento, 36 cm de altura e que a sua cauda tinha 30 cm de comprimento. Suspeita-se que tenha surgido de uma mutuação a que o nanismo foi alheio.
Hoje só se vêem alguns destes lobos empalhados em museus, como é o caso do exemplar que encabeça este artigo. No entanto estes lobos foram os representantes de uma era mais selvagem, conforme descobriu surpreso o estudante de pós-graduação JONAS NIEMANN, da UNIVERSIDADE DE COPENHAGA, quando ele e os colegas analisaram o genoma de um esqueleto de Lobo-de-Honshu no MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL DE LONDRES.
Ao fazê-lo, descobriram que aquele lobo parecia ser um remanescente de um antigo grupo de lobos que percorreu o Hemisfério Norte até há 20.000 atrás. O seu DNA assemelhava-se mais com o de um lobo extinto na Sibéria há mais de 35 mil anos do que com os lobos eurasianos e americanos vivos, segundo relatou Niemann no SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ARQUEOLOGIA BIOMECULAR, que teve lugar na última Sexta-feira.
A maioria dos antigos lobos foi extinta quando as camadas de gelo que cobriam o Hemisfério Norte começaram a derreter há mais de 20.000 anos atrás e os grandes mamíferos caçados pelos lobos morreram, como foi o caso do Mamute. Contudo, parte do seu DNA vivia no Lobo-de-Honshu, o que poderá abrir uma nova janela na evolução dos lobos e também dos cães, segundo afirmou o paleogeneticista MIKKEL SINDING, do INSTITUTO DE RECURSOS NATURAIS DA GRONELÂNDIA em NUUK, o mesmo que extraiu o DNA.
Cada vez estamos mais perto de comprovar e compreender a cadeia evolucionária das espécies, apesar da humana ainda encerrar alguns segredos por desvendar. Aguardam-se novos contributos e descobertas na sede que temos de compreender. É possível que o lobo-de-Honshu seja aparentado com o que foi encontrado fossilizado em Klondike, no território de Yukon /Canadá.

POR QUEM TEMOS MAIOR EMPATIA: PELOS CÃES OU PELAS PESSOAS?

Na sua edição de ontem, a MENTAL FLOSS, empresa norte-americana de media digital, divulgou um estudo levado a cabo por pesquisadores da NORTHWESTERN UNIVERSITY, universidade privada localizada em Evanston/Illinois/USA, para avaliar com quem os seres humanos se preocupam mais: se com as pessoas em apuros ou com os cães em idêntica situação. Este estudo já havia sido publicado no início deste ano na revista SOCIETY & ANIMALS.
Para avaliar se as pessoas estavam mais preocupadas com os cães do que com outros Homo Sapiens, os pesquisadores reuniram 240 estudantes com idades compreendidas entre os 18 e os 23 anos e deram-lhes uma série de reportagens fictícias sobre um ataque sem sentido. Em todas as histórias a vítima era atingida com um taco de baseball, sofria uma fractura na perna, várias lacerações e tinha sido encontrada inconsciente pelos socorristas.
Enquanto esses detalhes permaneciam consistentes, os pesquisadores randomizaram o texto para que nele fossem mencionadas quatro vítimas: um adulto, um bebé de um ano de idade, um cão com 6 anos de idade e um cachorrinho. Os cientistas ao fazerem isto suspeitavam que a idade das vítimas e não a sua espécie, ao sugerir um maior grau de vulnerabilidade, determinaria a maior empatia dos participantes. Valendo-se de perguntas para medir os níveis de empatia, numa escala numérica de 7 (pouca empatia) a 112 (muita empatia), os autores do estudos questionaram os participantes sobre como se sentiam em relação a cada uma das vítimas.
Os participantes sentiram-se mais afectados com os ataques ao bebé, depois com os do cachorro e os do cão. O humano adulto, apesar do seu caso ter sido considerado trágico, foi o que alcançou menor pontuação, o que levou os pesquisadores à seguinte conclusão: “que a idade das pessoas desperta diferentes empatias nas vítimas humanas, mas não nas vítimas caninas”. Os participantes do sexo feminino, que compunham quase ¾ do grupo de estudo, mostraram maior simpatia por todas as vítimas que os seus colegas do sexo masculino. Os autores deste estudo dizem que os resultados foram em parte confirmados pelo desamparo percebido das vítimas, independentemente de serem cachorros ou crianças, indiciando claramente que nos preocupamos de igual modo com cachorros e bebés?!
Eu não sei quem está certo ou errado e como cada vez é mais difícil fazer juízo de valores, lançamos o tema à reflexão dos nossos leitores. Valerá um homem menos do que um cão? Haverá quem diga que sim e também quem diga que não. Porém, duma coisa não tenho dúvidas: vendo um homem e um cão em idêntica aflição correrei para o primeiro sem nenhuma hesitação e espero que me façam o mesmo, apesar de não ter muita certeza disso!