quarta-feira, 18 de março de 2020

TRÊS VIVAS PARA A HAPPLE!

Um binómio do Pelotão Canino de Vigilância e Intervenção da Gendarmerie Saber d’Auch, em Gers, França, encontrou esta Segunda-feira (anteontem) uma mulher de 70 anos na Montanha Audoise, nos Pirinéus, que havia saído de sua casa no Sábado para procurar espargos selvagens. Após 2 km de busca, a septuagenária foi encontrada sã e salva, mas em estado de hipotermia, vindo a ser atendida pelos serviços de emergência. De acordo com a Gendarmerie de Gers, esta é a vigésima pessoa salva por este binómio, constituído pelo Subtenente David Robin e pela Happle, uma Saint Hubert de 8 anos. A dupla intervém bem para além do seu Departamento, como aconteceu nesta segunda-feira no Aude ou como há dois anos atrás, quando descobriu um homem de 50 anos desaparecido há três dias no Lot, Departamento francês localizado na região Midi-Pyrénées. Este binómio foi objecto de um documentário transmitido na Sexta-feira, dia 13 de Março, no Canal televisivo 8.
O grupo da gendarmerie de Gers possui duas equipas de investigação canina, mas uma delas é uma excepção nacional. A primeira equipa canina é convencional e usa um Pastor Belga Malinois (para narcóticos e passagens); a segunda usa a Happle, uma cadela Saint-Hubert especializada em encontrar pessoas e/ou objectos, existindo apenas 12 em França, em mais de 500 binómios. "O cão Saint-Hubert é uma especialidade da especialidade", diz seu parceiro, David Robin. A raça só chegou à França a partir de 2003, graças aos resultados obtidos nos Estados Unidos com o famoso "bloodhound". Em 2012, havia apenas 6 cães “gendarmes” destes em França. Robin e Happle pertenceram ao segundo grupo de formação. O Subtenente Robin diz que com um cão assim até dá para emparelhar com mais alto tecnicismo no rastreamento, salientando que ele e a sua parceira são solicitados por toda a França.
Enquanto um Malinois tem uma taxa de sucesso entre 10 e 20%, o cão Saint-Hubert oscila entre 30 e 40%. É o cão com o olfacto mais desenvolvido. Nas palavras do seu mestre, cão "é um verdadeiro laboratório de pernas!" Consequência: uma carreira com centenas de intervenções e 20 vidas salvas! "O nosso compromisso é com a vida humana", diz David Robin. É um cão versátil (o zodíaco ou o helicóptero não o assustam), tem uma enorme capacidade de trabalho. O Saint-Hubert pode trabalhar até 7 dias, num total semanal de 120 a 140 km. Quando não está em uso, a parceira de David, Happle, vive em casa, com a sua família. Apesar do seu peso, 45kg, ela tem um carácter pacífico.
Adianta-se que a raça da cadela não é francesa, mas belga e foi originalmente criada para caça, actividade onde continua a dar cartas. Os Bloodhound que estamos acostumados a ver na televisão e no cinema, geralmente a perseguir prisioneiros evadidos, são descendentes directos do Saint-Hubert. Pelo que tem feito em prol da vida humana, bem que a Happle merece três vivas e daqui enviamos-lhe os nossos!

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