Nas zonas rurais a
coabitação entre os cães e o gado não tem sido pacífica em lado nenhum e tem
resultado em graves prejuízos económicos para os ovinicultores, que de um
momento para o outro vêem os seus rebanhos destroçados e a sua actividade
seriamente comprometida, tudo porque proprietários caninos irresponsáveis
soltam os seus cães anti-sociais por toda a parte sem se importar com os restantes
animais, nomeadamente os que se encontram a pastar livremente ou ao abrigo de
cercas. Neste momento, mesmo com o regresso dos lobos, os cães estão a ferir e
a matar mais ovelhas do que eles.
O último episódio
relacionado com um ataque a um rebanho em terras gaulesas aconteceu em Isdes,
no Departamento francês de Loiret, quando dois “cães vadios”, um Malinois e um
Rottweiler, caíram sobre um rebanho de 26 animais, matando 1 ovelha e ferindo
outras 14 (8 delas tiveram que ser cosidas e agrafadas).
Um bode chamado Nelson,
que se encontrava entre as ovelhas, enfrentou os intrusos e foi “literalmente
escalpelado”, segundo fez saber a sua proprietária, vindo depois a ser
costurado com 30 agrafes na cabeça e no pescoço. Depois dos ataques, os dois
cães voltaram para os seus donos.
Revoltada com o sucedido e
perante a avultada despesa com os tratamentos das ovelhas, a sua proprietária
afirmou: “Ainda não sei o que vai ser de mim, metade do rebanho está em
tratamento e a conta do veterinário deverá ser astronómica. No momento estou em
acção, mas sinceramente não vejo como vou retomar a minha actividade.” Esta
ovinicultora que se diz “zangada”, temendo que os ataques caninos recomecem, acabou
por não apresentar queixa. “Sinto que aqui na vila não querem que eu faça
isso", continua ela. "É aconselhável manter o ataque silencioso e
colocá-lo na área de conflitos de bairro”, concluiu. Como os cães não atacaram
nenhuma pessoa, a Gendarmerie nada fez para os capturar.
Perante a reincidência de
ataques destes, terão os ovinicultores que arranjar cães de rebanho para escorraçar
outros cães, transferindo assim as abomináveis “lutas de cães” das cidades para
o campo? Alguma coisa terão que fazer, já que ninguém parece importar-se com a
sua sorte.
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