terça-feira, 17 de março de 2020

NEM AOS SÍMIOS NOS PODEMOS CHEGAR!

O Gabão, país situado na costa atlântica da África central, 88% coberto de floresta que abriga uma concentração excepcional de gorilas e chimpanzés, quer evitar a propagação do coronavírus nos grandes símios, já que os vírus respiratórios que afectam os seres humano são-lhes facilmente transmitidos devido à proximidade entre as espécies, conforme disse na Segunda-feira Christian Tchemambela, secretário executivo interino da Agência Nacional de Parques Nacionais do Gabão (ANPN). "Decidimos encerrar as visitas turísticas aos grandes macacos nos nossos parques, a fim de evitar qualquer risco de contaminação do homem para o animal" – disse ele.
Desde Sexta-feira que o governo gabonês tomou medidas drásticas para combater a propagação do Covid-19 no seu território, como o encerramento de escolas, bares e discotecas, depois que um primeiro caso foi ali declarado no dia anterior, um indivíduo de 27 anos que tinha voltado da França. Como atrás se disse, as autoridades gabonesas estão também preocupadas com a transmissão do vírus aos primatas e têm razões para isso. Em 1995, uma epidemia do vírus Ébola matou mais de 90% dos gorilas no norte do país.
Nos últimos anos foram desenvolvidos programas de habituação de primatas em vários parques, no intuito de atrair visitantes e financiar a protecção da vida selvagem através da renda do ecoturismo. “Por causa do novo coronavírus, os seres humanos em contacto com estes primatas podem constituir uma ameaça”, explica Tchemambela, adiantando também que o pessoal que trabalha nos parques onde existem esses programas será sujeito a uma “quarentena de 14 dias”.
Pelo que tem sido adiantado pelos organismos de saúde internacionais, cães e gatos não transmitem o coronavírus aos humanos. Podemos ter a mesma certeza em relação aos símios? Esta é uma pergunta que queria ver respondida e para a qual vou procurar resposta. Se os primatas podem ser infectados por humanos, o Jardim Zoológico não deveria encerrar e os seus trabalhadores ser sujeitos a quarentena?
Sem desesperar, continuo com a impressão que se sabe muito pouco sobre o Covid-19. Oxalá desapareça à mesma velocidade com que apareceu!

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