sexta-feira, 27 de março de 2020

NÃO SEI SE JÁ REPARARAM

Não sei se já repararam, mas com o “Estado de Emergência” há menos cães soltos nas ruas, o que se saúda atendendo aos aborrecimentos e acidentes causados por cães à desfilada, também responsáveis por discussões intermináveis e sem resultado algum. Todos sabemos que os cães atrelados dificilmente causarão algum acidente ou morderão em alguém, a menos que os seus donos sejam piores do que eles em termos de bom senso, responsabilidade e civismo, o que não é assim tão incomum de acontecer e, quem disto duvidar, basta lembrar-se do número de pessoas que fazem terapia a cães e do número de cães que serve de terapia a pessoas - para que lado tombará a balança?
Apesar das proibições nesse sentido, há sempre quem circule com os seus cães soltos, como aconteceu na passada Segunda-feira, pelas 14h30, na cidade alemã de Eschwege, a sudeste de Kassel, onde um corredor de 15 anos foi atacado por 5 cães grandes. Apesar de ter parado, os animais caíram-lhe em cima e o mais agressivo deles, um Pastor Alemão, acabou por morder-lhe num dos braços, o que o levou a ser tratado numa sala de emergência hospitalar. Os cães, pertença de um casal que a tudo assistiu e que acusou o jovem de não ter agido correctamente, são 3 Pastores Alemães e mais 2 cães de raça desconhecida, tendo um deles o manto branco. A mãe do adolescente apresentou queixa contra desconhecidos e a polícia procura o referido casal que entretanto desapareceu.
Episódios destes, alguns até com consequências mais graves, eram bastante comuns antes do surgimento da actual pandemia, particularmente nas zonas arborizadas onde corredores e ciclistas faziam os seus percursos nos momentos de lazer, com maior incidência durante os feriados e aos fins-de-semana. Não raramente, algum deles era surpreendido por um cão que não hesitava em persegui-lo e até capturá-lo, exactamente como procedem os cães urbanos em relação aos carteiros.
Neste aspecto, sem ser nossa intenção desrespeitar as vítimas e o sofrimento de quem agora padece, poderá dizer-se “que há males que vêm por bem”, porque uma lei extraordinária, proveniente de um “Estado de Emergência”, acabou por levar ao cumprimento doutra há muito promulgada e invariavelmente desrespeitada – circule com o seu cão atrelado, as possíveis vítimas agradecem!

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