Acontecem diariamente
episódios envolvendo donos de cães, disputas aparentemente sem nexo, caricatas
e com um final imprevisto, como a que aconteceu ontem em Saarbrücken, cidade
alemã e capital do Estado do Sarre, onde um homem de 60 anos, que trazia o seu
cão solto, se envolveu numa discussão com uma mulher de 30, que também se fazia
acompanhar pelo seu cão. A discussão terminou com o homem a puxar a sua
opositora por um braço e a dar-lhe um pontapé, depois de a ter insultado e
ameaçado. A polícia está agora à procura de testemunhas.
Até há bem pouco tempo, os
cães protegiam os donos e olhavam por si, agora são os donos que protegem os
cães e que têm de olhar por si, realidade que destitui de conteúdo o aforismo
que diz: “quem tem medo compra um cão”. Perante tanto cão manso, quem nos
protegerá dos donos?
É bem possível que os mais
fracos e menos beligerantes, para poderem sair à rua com os seus cães, se vejam
obrigados a tirar um curso de defesa pessoal, antes que varrer donas a pontapé
vire moda ou que rasteirar velhinhos com cães se torne comum. Nestas situações,
para cúmulo do azar, nunca se vê nenhum polícia por perto, pelo que aos mais fracos
e indefesos só resta uma solução – passear com os seus cães à porta das
esquadras da polícia.
Já se calculava que o
aumento extraordinário de cães nos lares iria dar azo a muitas discussões na
rua, mas poucos pensaram nisso e quem devia ter pensado também não o fez. Antes
que ter um cão seja motivo suficiente para andarmos todos ao pontapé uns aos
outros, convém que as autarquias arranjem parques próprios para o passeio dos
cães, recintos apropriados, higienizados, iluminados e vigiados para que os donos
possam circular em segurança. E, os senhores arquitectos de hoje e de amanhã,
caso estejam e continuem apostados na segurança e no bem-estar de pessoas e
animais, não deverão esquecer-se destas importantes áreas nos seus projectos futuros,
quer eles sejam de natureza pública ou privada.
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