segunda-feira, 16 de março de 2020

OS PETS E O COVID-19 NO EIXO FRANCO-ALEMÃO

É inevitável não se falar do Covid-19 nos tempos que correm, mesmo quando se trata de animais de estimação, porque as suas vidas, de um jeito ou de outro, irão sofrer alteração, enquanto animais doméstico-dependentes. Em termos de novidades, sejam elas de que natureza forem, sempre acontecem primeiro em Berlin ou em Paris, no chamado “eixo franco-alemão” que norteia e suporta a União Europeia, assim como diz quais as políticas a seguir pelos estados membros, o que obviamente tem gerado um aumento dos nacionalistas no próprio Parlamento Europeu e dado azo a termos interessantíssimos dos quais “Europa a duas velocidades” é exemplo ou estereótipos como “os povos do sul só querem dinheiro para vinho e mulheres”.
Depois das medidas excepcionais decretadas pelo Governo Francês para combater o coronavírus, a SPA (Société Protectrice des Animaux) viu-se forçada a fechar todos os seus abrigos (completamente cheios) e serviços de recolha de animais abandonados. Com o encerramento dos abrigos ao público a adopção de cães e gatos diminuirá drasticamente. Apesar de se saber que o Covid-19 não atinge cães e gatos e que eles não são agentes transmissores da pandemia, a SPA teme que aconteça uma onda maciça de abandono. Se tal vier a acontecer, conforme o previsto na lei francesa, assistir-se-á ao abate compulsivo dos cães abrigados. Diante desta ameaçada, Jacques-Charles Fombonne, Presidente da SPA, implora aos franceses que não abandonem os seus animais: “Vamos ser justos, todos juntos, humanos!"
Quanto aos alemães, vejamos o caso de Dresden. Lá como cá, quando uma pessoa é infectada pelo coronavírus, é automaticamente colocada de quarentena e impedida de sair. Se porventura essa pessoa tiver um cão, é evidente que não poderá ir com ele à rua. Neste caso, segundo o Ministério Federal da Alimentação e Agricultura, o proprietário canino deverá arranjar alguém que passei regularmente o seu cão, que tanto pode ser um amigo, um vizinho ou a mesma pessoa que lhe faz as compras. Não podendo ser estes, ainda poderá recorrer aos serviços dos dog walkers ou doutras associações que oferecem ajuda nas redes sociais. De qualquer modo, segundo a Associação de Bem-Estar Animal, as pessoas encarregues de passear os animais não deverão entrar dentro das casas das pessoas infectadas e deverão lavar ou desinfectar as mãos após o contacto com os cães e as suas trelas. Não seria má ideia ir pensando em quem poderá passear o seu cão, caso seja infectado.
Como a quarentena é para todos os efeitos “uma prisão domiciliar” que é imposta contra vontade do visado e a favor da saúde pública, se a pessoa em questão se opuser, será levada a tribunal e tanto poderá ficar sujeita ao pagamento de uma coima de 25.000€ como receber uma sentença de prisão. Parece mentira mas é verdade (não nos estamos a referir a Dresden), o medo da morte é tal que já há donos a pedir aos veterinários para abaterem os seus pets – o medo tem uma força colossal.

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