Em Beratzhausen,
no Distrito alemão de Regensburg (Ratisbona), na passada Sexta-feira, dia 13,
foi um dia aziago para uma mulher de 73 anos de idade, que acabou atacada por
dois cães que se separam do dono, um Boxer e um Sharpei, que a morderam no
rosto e num dos antebraços, vindo depois a ser encaminhada para o hospital. Segundo
um porta-voz da polícia e de acordo com a Portaria Canina em vigor na Baviera,
nenhuma das duas raças destes cães é considerada de combate (perigosa). Não
obstante, o Boxer foi apreendido e o Sharpei voltou para casa com o dono
debaixo de um aviso de negligência corporal (que ninguém se iluda: há Sharpeis
levados da breca!).
Sem ter estado presente,
sou capaz de calcular, com a menor margem de erro possível (a notícia também
ajuda), qual dos cães se empoleirou e mordeu a cara e o antebraço à
septuagenária, que julgo eu ter sido o Boxer, já que a raça é dada a
empoleirar-se e por casa disso é alcunhada de “macaca” na gíria da cinotecnia.
O Boxer é o “acto de contrição alemão” em matéria de cães, porque a raça destoa
e muito das restantes que os teutónicos deram ao mundo, sendo extraordinariamente
afável, apesar de territorial, mas mais afectiva e menos mecânica que os seus
pares guardiões (Pastor Alemão, Rottweiler, Doberman e Hovawart, entre outros),
que são cães para se usar, enquanto o Boxer é um cão para se amar e pródigo em
expressões quase humanas, daí amuar com facilidade quando é contrariado ou
repreendido.
As dentadas de um Boxer
são por norma profundas e costumam deixar marca, algo que fica a dever-se ao
focinho mais curto e ao particular da disposição dos seus dentes. Por ser
territorial, de uma lealdade inquestionável e de um apego ao dono pouco visto,
o Boxer pode ser treinado para guarda, muito embora os seus entusiasmos não sejam
fáceis de travar ou suspender. Se não for induzido para tal, o Boxer é um “amigalhaço”
para toda a gente, um cão de bem com a vida, mas que não gosta muito de ser
incomodado, próprio para brincar, mas não para abusar. Entre os braquicéfalos
ele é um dos melhores, quiçá o melhor! Tão depressa não ouviremos falar de um
ataque perpetrado conjuntamente por um Boxer e um Sharpei, talvez noutra
Sexta-feira 13, atendendo à fama que o dia tem!
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