quinta-feira, 12 de março de 2020

OS FRANCESES TAMBÉM DIZEM QUE NÃO

A Agence nationale de sécurité sanitaire de l'alimentation, de l'environnement et du travail (ANSES), organismo público francês cuja principal missão é avaliar os riscos para a saúde nas áreas dos alimentos, meio ambiente e trabalho, com o objectivo de esclarecer a formulação de políticas públicas, fez saber ontem que a passagem do Covid-19 de humanos para outra espécie animal parece improvável e que não há evidências de que os animais possam transmitir o coronavírus. As dúvidas sobre este assunto começaram a surgir quando um cão de Hong Kong foi ligeiramente infectado pelo vírus.
A ANSES reuniu com urgência um grupo de especialistas para examinar este problema e o de contaminação por ingestão de carne. Resultado: "Não há evidências de que animais de estimação e animais de fazenda tenham um papel importante na disseminação do vírus". Mesmo que o coronavírus tenha provavelmente tido origem num morcego, a sua  passagem "de humanos para outra espécie animal actualmente parece improvável", diz a ANSES. Especialistas gauleses observam que nenhum vírus do mesmo grupo que o Covid-19 foi detectado num animal doméstico . Em algumas espécies, o receptor ao qual o vírus se liga está presente. No entanto, essa presença não é suficiente para permitir a sua replicação.
Segundo a mesma agência, a detecção do vírus nas cavidades nasais e orais do cão de Hong Kong não é prova da infecção do animal. A agência menciona a possibilidade de "contaminação passiva" e solicita estudos adicionais sobre este ponto. As conclusões excluem, portanto, a contaminação de um animal de fazenda e, por conseguinte, o consumo de carne . Para estes especialistas, a única maneira possível de infecção de alimentos é o manuseio por uma pessoa doente. No estado actual de conhecimento, a contaminação pelo trato digestivo é descartada, mas uma infecção do trato respiratório durante a mastigação "não pode ser excluída". A ANSES, portanto, defende boas práticas de higiene em todas as circunstâncias. Esta organização de saúde observa que cozinhar a 63° Celsius por quatro minutos pode reduzir o risco de contaminação de um produto alimentar em 10.000 vezes.
Todas as declarações oficiais das distintas entidades nacionais e internacionais de saúde têm sido bastante cautelosas em relação ao Covid-19, o que demonstra entre outras coisas que pouco sabem sobre ele. De qualquer maneira, se entretanto não se for embora, quem se escapar ao Coronavírus, ver-se-á a braços com a grave crise económica que está a despoletar.

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