Com
os homens recolhidos nas suas casas, a natureza retoma a sua milenar
actividade, vitalidade e efervescência, o que é óptimo para os animais
silvestres e selvagens que nos rodeiam, que de um momento para o outro vêem os
seus territórios desprovidos de invasores e devolvidos, sendo mais do que
natural avistar animais silvestres junto de cidades onde raramente eram vistos.
Assim aconteceu também ontem em Ansbach, uma cidade da Francónia, no Estado da
Baviera (a 45 km de Nuremberg), na Alemanha, onde no meio de uns arbustos
apareceram quatro raposinhas, que indevidamente foram confundidas com
cachorrinhos abandonados. Por causa desse engano, a Polícia foi chamada. Quando
a Polícia chegou ao local, os “cachorrinhos” já não se encontravam lá, alguém
ligou para o abrigo dos animais e as raposinhas foram lá parar. Entretanto,
estabeleceu-se uma tremenda confusão e os animais acabaram por ser entregues ao
inquilino da área onde foram encontradas, na esperança que a sua mãe os
encontrasse, apesar de não haver essa certeza.
Ainda
que fisicamente subsistam algumas diferenças morfológicas entre raposinhas e
cachorrinhos, e não são assim tão poucas, elas nem sempre são detectadas pelos
menos conhecedores. Porém, é no comportamento dos animais que reside a maior
diferença, porque as raposinhas são muitos mais esquivas que os cachorros, pondo-se
em fuga ao invés de se aproximarem, resistindo desalmadamente à sua captura. Por
outro lado, as raposinhas têm um cheiro forte que lhes é característico e
inconfundível. Salta também à vista o pormenor das suas cabeças,
proporcionalmente iguais às que virão a ter na idade adulta, contrariamente aos
cachorros de orelhas erectas, que nos primeiros meses de vida apresentam
cabeças menos definidas, lembrando pequenos ursinhos. O ocorrido em Ansbach é
um caso típico de excesso de zelo e ignorância, próprio de gente urbana que
pouco ou nada sabe do Reino Animal.
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